O documento a que o Valor teve acesso com exclusividade será publicado nos próximos dias no Diário Oficial e serve como base para a divisão do imposto sindical. Um balanço parcial divulgado pelo Valor em abril apontava apenas queda da CUT e crescimento menor das outras centrais – a Força Sindical tinha leve alta que não se confirmou no levantamento final.
O maior avanço foi da União Geral dos Trabalhadores (UGT). A entidade cresceu 336 pontos percentuais em relação a 2010 e hoje representa 1125% dos trabalhadores sindicalizados do país. Ao mesmo tempo em que o presidente da central Ricardo Patah filiou-se ao recém-criado PSD e formou o núcleo de movimentos sociais do partido a entidade ganhou 326 mil novos trabalhadores – crescimento de 66% comparado ao ano anterior.
Patah não quis comentar os números sob o argumento de que ainda não são oficiais. Na UGT o aumento foi comemorado e atribuído a três fatores: a filiação de entidades com grande número de sindicalizados o preenchimento correto das atas de eleição que o Ministério do Trabalho usa para fazer o cálculo da representatividade e campanhas de sindicalização.
Com o crescimento a UGT chega perto da Força Sindical que ao lado da CUT cresceu em número de sindicatos mas perdeu participação no total de sindicalizados. Ligada ao PDT a Força caiu 045 pontos percentuais na tabela e hoje representa 1367% dos sindicalizados do país. A CUT que tem uma relação quase umbilical com o PT perdeu 167 pontos percentuais e está com 3665% – equivalente a 26 milhões de trabalhadores.
A queda foi reflexo do aumento no número de trabalhadores sindicalizados das concorrentes como a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e Nova Central que cresceram em mais de um ponto percentual cada.
A única das menores a perder filiados foi a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB). Devido a um racha na diretoria parte dos sindicatos migrou para a Central Sindical de Profissionais (CSP) mas ambas ficarão sem recursos do imposto sindical este ano – o Ministério do Trabalho só reconhece como centrais com direito a verba e assento nos conselhos do governo federal as que representarem no mínimo 7% dos trabalhadores do país.
O imposto sindical – que equivale a um dia de trabalho por ano descontado de todo funcionário com carteira assinada – tem 10% destinado à central em que o empregado está filiado. Os sindicatos recebem 60% as federações ficam com 15% as confederações com 5% e os outros 10% retornaram aos cofres públicos. O montante repassado às centrais cresce a cada ano – foi de R$ 102 milhões em 2010 e de R$ 140 milhões no ano seguinte. Não há estimativa para 2012.
Segundo o levantamento do Ministério do Trabalho havia 72 milhões de trabalhadores sindicalizados no Brasil no dia 31 de dezembro de 2011 – data em que é feita a apuração da representatividade das centrais. O número equivale a 156% dos 46 milhões de trabalhadores ativos do país o que incluem os contratados no regime de CLT e os estatutários do serviço público.
Fonte: Valor Econômico