Segundo o IBGE a taxa de desemprego recuou de 57% para 53% de novembro para dezembro e terminou 2010 com média anual de 67% bem abaixo da taxa de 81% apurada em 2009.

O número de pessoas ocupadas no mercado de trabalho foi de 22 milhões o maior patamar da nova série da PME iniciada em 2002 e cujos dados anuais começaram a ser apresentados em 2003. Além disso o total de desempregados em 2010 de 16 milhão foi o menor da série.

Mesmo com os dados positivos de dezembro e de 2010 o cenário brasileiro não aponta para um “pleno emprego“ no mercado de trabalho para o gerente da PME e economista do IBGE Cimar Azeredo. Segundo ele nem todas as taxas de desemprego entre as seis regiões metropolitanas estão mostrando o mesmo cenário.

No caso da região Metropolitana de Recife por exemplo a taxa de desemprego foi de 87% em 2010.“é muito cedo para se falar em pleno emprego. Temos um País com diferenças regionais bastante precisas“ afirmou o técnico .

Renda. Os dados positivos de emprego no mercado de trabalho não se refletiram em igual magnitude nos ganhos do trabalhador. Embora tenha subido 38% em 2010 contra 2009 a renda média caiu 07% em dezembro contra novembro. Isso porque a inflação deu um salto no ano passado com alta de 591% no IPCA ante 431% em 2009.

“A inflação de certa forma funciona como uma espécie de barreira ao crescimento do rendimento do trabalho“ afirmou Azeredo.

O técnico do IBGE admitiu que não fosse o cenário de inflação mais elevada em 2010 contra 2009 a renda do trabalhador poderia ter apresentado um avanço mais expressivo no mesmo período de comparação. (Fonte: Estado de São Paulo)

Há risco crescente à concretização do IPCA convergindo à meta diz BC

Ata do Copom: O documento cita que nessas circunstâncias há um risco importante na “possibilidade de concessão de aumentos nominais de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade“.

A ata da primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sob a presidência de Alexandre Tombini admite que o cenário de inflação tem atualmente incertezas maiores que o ideal o que coloca em xeque a trajetória da inflação. “O Copom reconhece um ambiente econômico em que prevalece nível de incerteza acima do usual e identifica riscos crescentes à concretização de um cenário em que a inflação convirja tempestivamente para o valor central da meta“ cita o documento no parágrafo 27.

No front externo os diretores do BC avaliam que desde a última reunião do comitê em dezembro “os níveis extraordinários de liquidez a introdução de novos estímulos fiscais nos Estados Unidos e seus reflexos sobre preços de ativos apontam menor probabilidade de reversão do processo de recuperação em que se encontram as economias do G3“. “Em outra perspectiva revelam influência ainda ambígua do cenário internacional sobre o comportamento da inflação doméstica“ conclui o texto.

No quadro interno ‘Teve seguimento a materialização de riscos de curto prazo com os quais o Copom trabalhava naquela oportunidade“. Para realizar essa avaliação os diretores do BC observam que desde dezembro foram anunciadas ações macroprudencias “um instrumento rápido e potente para conter pressões localizadas de demanda“ e que “ainda terão seus efeitos incorporados à dinâmica dos preços“.

“Embora as incertezas que cercam o cenário global e em menor escala o doméstico não permitam identificar com clareza o grau de perenidade de pressões recentes o Comitê avalia que o cenário prospectivo para a inflação evoluiu desfavoravelmente“ completa o documento divulgado há pouco.

Alimentos

A ata da reunião de janeiro do Comitê de Política Monetária (Copom) reconhece que o cenário para a inflação “evoluiu desfavoravelmente“ desde a reunião de dezembro. A afirmação consta no parágrafo 24 do primeiro documento produzido sob a presidência de Alexandre Tombini no Banco Central quando a taxa básica de juros subiu de 1075% para 1125%. “De fato no último trimestre do ano passado a inflação foi forte e negativamente influenciada pela dinâmica dos preços de alimentos“ cita o documento ao lembrar que esses preços sofreram com choques de oferta no Brasil e no exterior.

O BC reconhece que esses aumentos dos preços de alimentos ‘Tendem a ser transmitidos ao cenário prospectivo“ da inflação de várias maneiras como a inércia inflacionária e as projeções do mercado.

Ainda no trecho 24 da ata os diretores do BC avaliam como “relevantes“ os riscos gerados pela persistência do descompasso entre as taxas de crescimento da oferta e da demanda. “Note-se também a estreita margem de ociosidade dos fatores de produção especialmente de mão de obra.“ O documento cita que nessas circunstâncias há um risco importante na “possibilidade de concessão de aumentos nominais de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade“.

Economias relevantes

O Comitê de Política Monetária (Copom) reconhece que os preços de “importantes commodities“ se elevaram desde a última reunião em dezembro. Diante dessa avaliação os diretores do Banco Central avaliam que “a trajetória dos índices de preços mostra elevação de pressões inflacionárias em algumas economias relevantes enquanto tendem a se exaurir preocupações com a perspectiva de deflação em outras“.

No parágrafo 22 a ata trata do quadro internacional e cita que para o Copom “a volatilidade e a aversão ao risco permaneceram elevadas desde sua última reunião em parte alimentadas pelos extraordinários níveis de liquidez global e pelas perspectivas de que esse processo possa eventualmente se acentuar“.

Para o BC continuam “altas as preocupações com dívidas soberanas de países e de bancos europeus e com a possibilidade de desaceleração na China“. Mas ao mesmo tempo cresceu a confiança “na sustentabilidade da recuperação da economia norte-americana“. (Fonte: Estadão)

Comentário da Contec:

O Banco Central publicou a ata da reunião do Copom que elevaram a Taxa Selic que define os juros brasileiros para 1125%. Na análise amplamente comentada por todos os grandes veículos de comunicação se destacam alguns pontos que justificariam o Banco Central adotar os juros mais altos do mundo. Mas chama a atenção identificar (ou sinalizar) que os ganhos salariais poderiam ser um dos fatores que pressionam a inflação. Já ouvimos esse argumento antes.

Fazia parte da argumentação padronizada dos ministros econômicos do governo militar. E se trata infelizmente de uma sinalização do Banco Central para gerar uma contenção nos reajustes salariais que é inaceitável para todos nós trabalhadores e trabalhadoras de todos os setores da economia que contribuímos para a geração de riquezas não especulamos com títulos da dívida pública e gastamos toda nossa renda na economia brasileira.

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