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Em abril havia menos brasileiros (412% dos entrevistados) preocupados com as dívidas no país. Para piorar o quadro tem diminuído o número daquelas famílias que achavam que dariam conta de honrar os compromissos totalmente de 212% em dezembro último para 147% no mês passado.
Conforme a pesquisa 516% dos entrevistados assumiram estar muito endividados. Diante do aperto no orçamento os brasileiros estão menos confiantes em relação à economia. O índice de Expectativas das Famílias medido pelo Ipea recuou pelo oitavo mês seguido registrando 629 pontos. Em dezembro passado estava em 672 pontos. A pesquisa consultou 3.810 domicílios em mais de 200 municípios de todo o país.
Em 2011 a inadimplência apurada pelo SPC/Brasil acumula alta de 361% após iniciar o ano em baixa de 1009% por conta do aperto no crédito e das seguidas elevações da taxa básica de juros (Selic). A luz que já estava amarela passou a laranja alertou o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) Roque Pellizzaro Junior. Ele reforçou que os lojistas deverão ter mais cautela na concessão de crédito avaliar mais detidamente a capacidade de pagamento e orientar o consumidor sobre as várias opções de taxas de juros.
Deterioração
Os números do Ipea mostram que a maior preocupação nos lares brasileiros é com a economia de curto prazo refletida principalmente nas compras de itens do supermercado. A pesquisa mostrou que 52% dos entrevistados acreditam que os próximos 12 meses serão positivos. Em abril essa mesma impressão era de 591%. A maior deterioração da confiança foi detectada nas famílias que recebem até um salário mínimo por mês.
Além da percepção de piora no cenário econômico os brasileiros também estão preocupadas com a renda. O Ipea descobriu que em maio 231% das famílias declararam estar em situação financeira pior que no mesmo período do ano passado. No mês anterior eram apenas 226% dos entrevistados nessa situação. A insegurança com relação ao emprego também colabora com a mudança de humor dos domicílios. No mês passado 76% revelaram estar tranquilos com relação ao trabalho atual ante 78% em abril.
Otimismo
Apesar dos sinais negativos representantes do comércio não estão preocupados com essa mudança de humor. Não vejo sinais específicos que possam alterar de maneira significativa o otimismo do consumidor nesse momento. O varejo não está sentindo os efeitos dessa desaceleração disse José Baeta Tomás presidente do grupo Sonae Sierra responsável pela administração de 10 grandes shoppings brasileiros.
Nossa previsão inicial era crescimento de 9% para o setor varejista neste ano. Devemos rever essa análise mas pode ser que o avanço seja superior a essa expectativa. Vários empresários estão fazendo investimentos arrojados. Então esperamos ter um crescimento invejável disse o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) Nabil Sahyoun.
Entre as famílias além do menor índice de desconfiança dos moradores do Centro-Oeste do país quanto à capacidade de pagamento de dívidas atradadas a expectativa em relação à economia alcançou na região 766% em maio. O menor índice de otimismo 65% é verificado na Região Norte.
BB e Caixa elevam taxas
A elevação dos juros básicos (Selic) definida ontem pelo Banco Central motivou o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a elevaram novamente as taxas do cheque especial. O levantamento feito pelo Procon São Paulo apontou que Bradesco HSBC Itaú Safra e Santander não alteraram suas alíquotas no mês passado embora tenham permanecido como as instituições que cobram os maiores percentuais. O BB aumentou os juros de 827% para 837% ao mês e a Caixa de 795% para 827% ao mês. Resultado: os juros médios passaram de 947% para 953% ao mês em junho.
Fonte: Correio Braziliense
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