O datacenter tem investimento inicial de R$ 262 milhões e será erguido por meio de uma parceria público-privada (PPP) do governo federal. O consórcio GBT composto pelas empresas GCE Termoeste e BVA venceu a concorrência e cuidará do projeto cujo valor total alcança R$ 880 milhões — R$ 660 milhões do Banco do Brasil e R$ 220 milhões da Caixa. O montante inclui a infraestrutura e a manutenção do prédio e será desembolsado ao longo de 15 anos. A terraplanagem do terreno já foi feita. As máquinas começam a trabalhar no local em duas semanas.

A obra obedecerá padrões internacionais de segurança. “Pode faltar água luz ou mesmo cair um avião de médio porte que nada para de funcionar no prédio. Será um verdadeiro bunker” compara o especialista em tecnologia da informação da Caixa Iraci José Barbosa. As principais informações dos dois bancos ficarão armazenadas em máquinas instaladas no prédio livres de qualquer interferência externa. As especificações de energia elétrica o sistema de refrigeração o tipo de construção: tudo no datacenter é pensado de forma a tornar o ambiente superprotegido.

Sustentabilidade
O projeto do complexo também se enquadra no conceito de sustentabilidade. O layout do prédio favorece a racionalização dos sistemas de ar e refrigeração. O nível de permeablilização do solo será de 65% 30% a mais do que o exigido pela legislação ambiental. O local contará ainda com geradores antipoluentes além de uma cobertura com uma técnica que reduz a carga térmica e o consumo de energia. Apesar de cada banco ter o seu espaço definido no datacenter ambos compartilharão infraestrutura e serviços como segurança.

A sinergia ajudará as duas instituições a conter despesas. Atualmente a base de dados da Caixa está distribuída por dois prédios em Brasília — nas quadras 507 e 511 Norte — um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro. A ideia é concentrar as principais informações no parque da capital federal e em um novo espaço a ser construído no Setor de Indústrias Gráficas (SIG) — o edital de licitação da obra deve ser lançado na semana que vem. O atual centro de tecnologia do Banco do Brasil no fim da Asa Norte não será desativado mas boa parte do que é armazenado ali será transferido para o datacenter.

O prédio que marcará a ocupação oficial da Cidade Digital é resultado de cinco anos de negociações. A expectativa é que não haja novos atrasos na execução do projeto. Ao fim dos 15 anos da parceria com as empresas vencedoras da concorrência tudo pertencerá aos bancos estatais na proporção do gasto realizado. O gerente executivo do BB e presidente do consórcio do datacenter Jesualdo Conceição da Silva destaca a importância do projeto para a cidade. “Brasília será uma referência em tecnologia da informação. Vamos ter um celeiro de recursos nessa área” diz.

Contrapartida
Com as PPPs governo e empresas se unem para desenvolver projetos e realizar obras em áreas essenciais sem que o Estado desembolse grandes volumes de recursos públicos de imediato. O parceiro privado fornece serviços precedidos ou não de obras sem ônus inicial para o governo. O retorno financeiro para as empresas ocorre a longo prazo.

Expressão de guerra
Bunker é um termo militar usado para caracterizar uma instalação fechada e fortificada construída para conter os projéteis inimigos. Originalmente era a designação em língua inglesa dos paióis de carvão blindados de navios de guerra. A expressão se popularizou na Segunda Guerra Mundial.

PARA SABER MAIS
Polo com espaços definidos

A área que vai abrigar o Parque Tecnológico Capital Digital próxima à Granja do Torto teve registro em cartório em outubro do ano passado. Era o último obstáculo à criação do polo tecnológico empreendimento que criará mais de 80 mil empregos. A crise política no entanto adiou os planos. O governador eleito Agnelo Queiroz (PT) prometeu durante a campanha dar continuidade ao projeto. O investimento para construir a Cidade Digital girava inicialmente em torno de R$ 3 bilhões. Para viabilizar o negócio o governo pretendia atrair grupos e empresários nacionais e internacionais.

O registro em cartório inclui um lote para o datacenter da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil; um terreno para a administração do parque e para a sede da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal; uma área para a construção de uma subestação da Companhia Energética de Brasília (CEB); um lote onde será construída uma escola técnica em parceria com o Ministério da Educação; e o principal terreno de 960 mil metros quadrados que deve ser licitado a uma única empresa ou consórcio que ficará responsável por alugar e gerir os espaços.

Fonte: Correio Braziliense

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