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Vou ter uma conversa com o ministro Guido (da Fazenda) e vamos discutir sobre isso com carinho. Precisamos proteger os poupadores mas não podemos permitir que pessoas que tenham muito dinheiro apliquem tudo na poupança disse o presidente durante solenidade de apresentação dos novos oficiais generais no Palácio do Buriti.
O presidente disse ainda que a poupança existe para salvaguardar os interesses da maioria da população que não tem muito dinheiro. Para que eles não tenham prejuízo vamos fazer isso (mudança) com muito cuidado porque queremos preservar o que temos de mais sagrado que são os poupadores completou.
O governo estuda mudanças na poupança porque com a queda dos juros hoje em 1125% ao ano a rentabilidade tende a ficar muito maior que a dos fundos. Com a queda nas taxas de juro o presidente defendeu que haja equilíbrio porque senão não é mais poupança passa a ser investimento. O governo quer mexer na poupança para evitar a migração do dinheiro hoje depositado nos fundos de investimentos. No início deste mês em Londres durante o encontro do G-20 grupo dos países mais ricos e emergentes Lula acenou com a possibilidade de mudança.
Por enquanto a poupança ainda não lidera o ranking de investimentos no país mas isso pode mudar nos próximos meses com a queda na taxa básica de juros. Em março a liderança foi da Bovespa (718%) seguida pelo fundos DI e de Renda Fixa com retornos de 087% e 091% respectivamente. Logo após a caderneta de poupança permitiu um retorno de 064%.
Limitações
Na expectativa de novas tesouradas na taxa básica de juros (Selic) — em níveis que podem variar entre 2 e 25 pontos porcentuais até junho — a equipe econômica estuda agora a possibilidade de limitar as aplicações na mais popular aplicação do país até o patamar de R$ 5 mil. Segundo levantamento da equipe econômica 92% dos depósitos da poupança não ultrapassam a faixa de R$ 5 mil.
Outra proposta em estudo é a da tributação dos rendimentos da poupança para grandes aplicadores. Assim diluiria a Taxa Referencial (TR) para reduzir os ganhos da caderneta. O limite estudado para iniciar a tributação é de R$ 100 mil mas o valor sofre oposição dentro do próprio governo e poderá ser elevado. A mudança deve sair por meio de medida provisória nos próximos dias.
O governo no entanto teme que ela seja barrada no Congresso como aconteceu com a CPMF. Se for confirmada será a primeira intervenção na caderneta desde o confisco da poupança promovido pelo Plano Collor em março de 1990.
Fonte: Correio Braziliense
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