‘A deterioração esperada para o próximo ano é acompanhada de um cenário ainda mais adverso para este ano
A recuperação da economia brasileira deverá ser mais lenta do que o previsto. As projeções de bancos e consultorias para o crescimento do Brasil no ano que vem pioraram nas últimas semanas e o risco de uma recessão entrou no radar dos analistas. Essas expectativas mais negativas contrariam a aposta inicial da equipe econômica. Com o ajuste na política fiscal e monetária em andamento o governo esperava uma recuperação do crescimento no fim deste ano ou no início de 2016.
A deterioração esperada para 2016 é acompanhada de um cenário ainda mais adverso para este ano. Nos últimos dias os bancos Itaú e Bradesco deram o tom de mais uma rodada da piora das expectativas para este biênio. Na quarta-feira 15 o Itaú alterou a projeção de recessão deste ano de -17% para -22%. Para 2016 passou a projetar uma contração de 02% ante uma previsão anterior de crescimento de 03%. "Uma recuperação moderada ao longo do próximo ano não deve ser suficiente para compensar a queda já ocorrida na atividade (herança estatística) no crescimento médio de 2016" informou o relatório do banco.
Para o Bradesco a economia brasileira deverá recuar 18% este ano e em 2016 o PIB deverá ficar estagnado. "O ano de 2016 herdará um carrego estatístico muito negativo que virá de 2015" disse Octavio de Barros economista-chefe do Bradesco. A projeção do Santander também deve ficar mais pessimista. Nas contas do banco o PIB deve ter contração de 15% este ano e a expansão prevista de 05% para 2016 deve ser alterada para perto de zero.
O entrave para a recuperação da economia brasileira se dá porque a maioria dos setores não tem exibido sinais de recuperação. Neste ano a desaceleração também chegou ao mercado de trabalho o que deve dificultar a saída da recessão. "O consumo das famílias o consumo do governo e o investimento das empresas não devem estar funcionando plenamente em 2016. Então é difícil acreditar que a economia brasileira possa mostrar uma variação positiva da taxa de crescimento" disse Cristiano Oliveira economista-chefe do Banco Fibra.
O cenário econômico difícil se soma à turbulência política. A gestão Dilma Rousseff tem tido dificuldade para negociar as medidas de ajuste com o Congresso e ainda lida com os efeitos da Operação Lava Jato. O governo também vai ter de explicar as "pedaladas fiscais" no Tribunal de Contas da União (TCU). "Nós tivemos um período político completamente atípico com a presidente em crise profunda com sua base atrasando o ajuste econômico que deveria ter sido rápido. Com isso o que era para ter sido feito no fiscal e na política monetária rapidamente no começo do ano como choque de credibilidade atrasou" afirmou Sergio Vale economista-chefe da MB Associados. (Colaborou álvaro Campos) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Correios Braziliense’