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Brasileiros com planos de saúde acordaram hoje com coberturas ampliadas. Mas o preço para isso ainda é incerto. O valor só será conhecido quando forem calculados os reajustes periódicos dos contratos. Ao atualizar a lista de procedimentos a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) incluiu cerca de 100 novos serviços que devem obrigatoriamente ser fornecidos pelas operadoras. As empresas querem aumentos agora. A ANS quer deixar para mais tarde. De um jeito ou de outro sairá do bolso dos consumidores.
Como é comum no universo dos planos de saúde a atualização do rol de procedimentos gerou discussão no setor e um grupo de operadoras foi ao Judiciário para suspender a sua aplicação — ainda não há decisão e a ampliação está valendo. A briga porém é menos pela atualização em si do que pela compensação financeira às empresas. Ou melhor se essa compensação virá agora ou no futuro.
A ação movida pela Associação Brasileira de Medicina em Grupo (Abramge) questiona a criação de um benefício sem a correspondente fonte de custeio. Na prática quer que a ANS defina um reajuste a ser aplicado imediatamente aos contratos. As empresas não têm como arcar com esses custos. é preciso algum tipo de reajuste diz o presidente da Abramge Arlindo de Almeida.
As operadoras não mencionam o aumento necessário — mas comenta-se no setor que os índices variam de 1% a 10%. Nesse cenário a ANS argumenta ser impossível prever antecipadamente o impacto financeiro. Os cálculos — de consultorias externas das empresas e mesmo da ANS — são muito frágeis. Então qualquer tipo de reajuste em 2008 é baseado em suposição defende o presidente da agência Fausto Pereira dos Santos. Vamos monitorar. No ano que vem discutiremos o impacto de verdade completa.
A técnica
Apesar da polêmica a atualização dos procedimentos que devem ser cobertos está prevista na legislação e segue uma lógica simples: como a medicina avança é natural que novas técnicas sejam incorporadas. Outras obsoletas são descartadas — no novo rol por exemplo foram retirados procedimentos para diagnóstico da asma ou tratamento de cicatrizes. Não é porque o contrato foi assinado lá atrás que só vamos dar anestesia com éter brinca a diretora da Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde) Solange Beatriz Mendes.
A Fenasaúde que representa grandes operadoras pediu à ANS um adiamento de 90 dias na ampliação. Não conseguiu. Mas entende que a agência deveria adotar um ritual mais ágil para empresas que apresentarem pedidos de revisão técnica — que podem se tornar reajustes extraordinários. A questão é que tudo bate no preço. Procedimentos novos como a vasectomia não são caros. Mas é a escala que assusta e para as pequenas a mudança pode ser grande completa Solange.
Principais inclusões
Atendimento por profissionais de saúde
Consulta/nutrição 6 sessões por ano
Consulta/terapia ocupacional 6 sessões por ano
Psicoterapia 12 sessões por ano
Consulta/ fonoaudiologia 6 sessões por ano
Procedimentos para anticoncepção
Inserção de DIU (inclusive o dispositivo)
Vasectomia
Ligadura tubária
Procedimentos cirúrgicos e invasivos
Procedimentos cirúrgicos por videolaparoscopia (menos invasivos como
apendicectomia colecistectomia biópsias)
Dermolipectomia para correção de abdome em avental após tratamento de obesidade mórbida
Remoção de pigmentos de lente intraocular com Yag Laser: este procedimento evita que se faça uma nova cirurgia somente para a remoção dos pigmentos após a operação de catarata
Mamotomia: biopsia de mama a vácuo com um corte menor
Tratamento cirúrgico da epilepsia
Tratamento pré-natal das hidrocefalias e cistos cerebrais
Transplantes autólogos de medula óssea
Exames laboratoriais (com diretriz de utilização)
Análise de DNA para diversas doenças genéticas
Fator V Leiden análise de mutação
Hepatite B Teste quantitativo
Hepatite C Genotipagem
HIV Genotipagem
Dímero D
Mamografia digital
Fonte> Correio Braziliense
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