‘Estudo divulgado nesta terça-feira (17) pela Fundação Seade e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostrou que o rendimento médio do trabalhador negro passou a representar 637% do valor recebido por não negros 2014 na Região Metropolitana de São Paulo – RMSP. Em 2013 a proporção era de 653%.

O rendimento médio por hora dos negros é R$ 879 enquanto os dos não negros é de R$ 1380. Apesar dessa piora tais valores vêm se aproximando lentamente ao longo dos anos uma vez que os rendimentos dos negros já chegaram a equivaler a 546% dos não negros
em 2002.

De acordo com a Fundação Seade as razões mais evidentes dessa situação residem nas diferentes estruturas ocupacionais em que esses segmentos estão inseridos com os negros mais representados na construção e nos serviços domésticos onde seus rendimentos são menores e em menor proporção; nos serviços e na indústria de transformação onde os rendimentos dos não negros são superiores.

O crescimento entre 2013 e 2014 do rendimento por hora dos não negros (29%) contrapondo-se à relativa estabilidade entre os negros (03%) resultou no aumento da distância entre os dois valores já que em 2013 o rendimento médio por hora dos negros correspondia a 653% dos não negros.

Desemprego
De acordo com o estudo entre 2013 e 2014 a taxa de desemprego total aumentou para não negros (de 94% para 101%) e permaneceu inalterada para os negros (120%) reduzindo a diferença de 26 para 19 ponto porcentual.

Quanto à qualidade da inserção no trabalho verifica-se que na perspectiva de garantias trabalhistas e previdenciárias os não negros encontravam-se em 2014 em situação ligeiramente melhor do que os negros: 629% do total de não negros ocupados e 617% de negros estavam inseridos em ocupações regulamentadas (soma de assalariados no setor privado com carteira de trabalho assinada e no setor público).

No âmbito do assalariamento privado a proporção de negros em ocupações com carteira assinada (552%) era maior do que a de não negros (542%) mas no setor público era menor (65% dos negros contra 87% dos não negros).

Assalariados
Já ao se considerarem ocupações com menor nível de regulamentação cujos rendimentos geralmente são menores havia em 2014 maior representação entre os negros: 90% dos negros ocupados e 50% dos não negros eram empregados domésticos; 164% e 148% eram trabalhadores autônomos; e 88% e 86% eram assalariados sem carteira de trabalho assinada no setor privado respectivamente.

A distância entre as parcelas de assalariados negros e não negros no setor público possivelmente tem origem no fato de que cerca de metade desses ocupados possuir nível de escolaridade superior.

Explicação semelhante pode ser adotada para a menor parcela entre os negros (42%) do que entre os não negros (88%) no agregado das demais posições – que reúne empregadores profissionais universitários autônomos e donos de negócios familiar etc.

Neste caso dispor de riqueza acumulada que permita montar um negócio ou possuir nível superior de escolaridade provavelmente são fatores que explicam a exclusão de grande parte dos negros.

é bastante expressiva a parcela de negros como empregados domésticos. Esse segmento compõe-se de ocupações cujos requisitos de qualificação profissional dependem menos da formação escolar do que da experiência de trabalho. O emprego doméstico tem sido exercido predominantemente por mulheres negras mais velhas e com baixo nível de escolaridade.

Fonte: G1 em São Paulo’

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