“Eu e o senador Paim (Paulo Paim do PT do Rio Grande do Sul) já combinamos que assim que ela chegar aqui vamos fazer uma emenda elevando o mínimo para R$ 580 e dando 80% de reajuste para os aposentados que ganham mais do que o mínimo“ reforçou Paulinho. A proposta do governo para o piso salarial será submetida ao voto dos parlamentares.

Está em curso um processo de negociação entre governo e centrais sindicais para fixar o novo valor do mínimo. A proposta do governo é de R$ 540 valor alcançado pelo critério vigente que considera a inflação mais o crescimento do PIB de dois anos anteriores. O governo diz que não tem condições de conceder o aumento pedido pelas centrais sindicais. A decisão final do reajuste do piso salarial no entanto será tomada pelo presidente Lula somente após consultar a presidente eleita Dilma Rousseff.

Além dos sindicalistas porém há dentro do próprio governo quem apoie valores maiores. O ministro do Trabalho Carlos Lupi já falou em R$ 570. Estava prevista uma nova rodada de negociações para esta semana mas ela não ocorreu. “Existe uma discussão em andamento e se ela for rompida vai ficar ruim para a presidente Dilma“ disse Paulinho. Ele observou que a proposta de R$ 540 defendida por Mantega “não é a que ganhou as eleições“.

Por outro lado o sindicalista reconhece que essa pode ser apenas uma posição negociadora. “Espero que seja só discurso de alguém que foi confirmado e quer mostrar que está macho“ disse. Em anos anteriores os sindicalistas também tiveram de derrotar a posição mais conservadora do ministro da Fazenda.


Judiciário
Apesar de o ministro Guido Mantega ter dito que 2011 deve ser um ano de contenção de gastos sindicalistas do Judiciário insistem na necessidade de aprovação de um projeto para reajustar os salários da categoria.

O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário e do Ministério Público da União no Distrito Federal (Sindijus) Roberto Policarpo afirmou que é uma “balela“ o argumento de que o reajuste poderá colocar em risco o processo de consolidação fiscal.

Funcionários do Judiciário fizeram na quarta-feira um ato público em frente ao STF para cobrar a retomada das negociações entre o Judiciário e o Executivo para garantir a inclusão do projeto na proposta de Lei Orçamentária. O ato atrapalhou a sessão de julgamentos do Supremo. Os ministros tiveram dificuldades para ouvir votos de seus colegas.

Fonte: O Estado de S.Paulo

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