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Afinado o ministro do Trabalho e Emprego Carlos Lupi garante que serão criados 3 milhões de postos de trabalho neste ano bem acima da média de 19 milhão de novas vagas oferecidas anualmente desde 2003.
Essas são promessas difíceis de cumprir. O combate à inflação passa pela desaceleração econômica que inevitavelmente cobra seu preço em emprego. Vai ser portanto difícil para a presidente conciliar as duas promessas e para o ministro entregar as vagas anunciadas.
é o que já mostra a experiência deste ano. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego mostram a diminuição da oferta de postos de trabalho em comparação com 2010. Em abril foram criadas 2722 mil novas vagas com carteira assinada menos do que as 305 mil de abril de 2010. No quadrimestre surgiram 8807 mil vagas 816 mil a menos do que em igual período do ano passado.
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que também acompanham o mercado de trabalho vão na mesma direção. De acordo com o IBGE a taxa de desemprego no país veio em um crescendo neste ano depois de ter atingido o patamar recorde de baixa de 53% em dezembro. Subiu para 61% em janeiro 645 em fevereiro e para 65% em março.
A desaceleração das atividades no comércio e na indústria de transformação teriam sido responsáveis pela menor oferta de emprego. Nesse ritmo será difícil repetir o desempenho do ano passado e mais ainda chegar ao número prometido pelo ministro.
No ano passado foram criados 28 milhões de empregos 69% a mais do que o estoque do fim de 2009. Desse total 259 milhões têm carteira de trabalho assinada (celetistas) e o restante são servidores públicos estatutários. O desempenho do mercado de trabalho no ano passado foi bastante superior ao dos anos anteriores – a média anual de geração de empregos no governo Lula foi de 1923 milhão de vagas – e resultado da reação do mercado à crise que começou em 2007 no exterior e atingiu mais duramente a economia do país em 2008 e 2009.
Não só o emprego mas também os salários cresceram. O rendimento médio dos trabalhadores formais teve um aumento real de 257% tomando como referência o INPC ao passar de R$ 1.69835 em dezembro de 2009 para R$ 1.74200 em dezembro de 2010. No período de 2003 a 2010 o rendimento médio dos trabalhadores apresentou um crescimento real de 2129% equivalente a uma média anual de 24% reais.
Entre os setores da economia o de serviços registrou a maior geração de empregos com 1109 milhão de novos postos com crescimento de 838%; seguido pelo comércio com 6893 mil empregos (896%) indústria de transformação com 5246 mil (713%) e a construção civil com 3766 mil postos (1766%). Houve redução de empregos apenas na agricultura em função das atividades ligadas ao cultivo de laranja e cana-de-açúcar.
Durante o governo Lula foram gerados 15384 milhões de empregos entre celetistas e estatutários levando o número de trabalhadores formais no país a 44068 milhões de acordo com os dados mais recentes da Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Esse desempenho representou um aumento médio anual de 1923 milhão de empregos com crescimento acumulado de 5363% no período.
é inevitável a relação entre criação de emprego e desempenho da economia. No governo Lula por exemplo a média anual de crescimento do emprego foi de 551% próximo do crescimento médio anual de 432% da economia no período. No ano passado enquanto o emprego cresceu 69% o PIB aumentou 75%. Como o crescimento do PIB deste ano esperado pelo próprio governo está entre 45% e 5% não se deve omitir que o emprego deverá crescer menos.
Fonte: Valor Econômico
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