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Desde o início deste mês boa parte dos bancos reduziu em até 30% a oferta de crédito consignado lançado com todas as pompas em 2004 pelo governo Lula para tornar os empréstimos mais acessíveis e baratos. Três fatores são apontados pelas instituições — principalmente as de menor porte que têm no consignado a principal fonte de ganho — para justificar tal movimento.
O primeiro é o aumento da taxa básica de juros (Selic) iniciado em abril e que deve se estender até o final do ano. Os bancos passaram a pagar mais caro pelos recursos que captam no mercado e repassam à clientela. Mas como há limites na cobrança de taxas (o teto é de 25% ao mês) para o consignado concedido a servidores
O segundo motivo foi a decisão do
Tal exigência afetou sobretudo os bancos menores que vinham vendendo suas carteiras de consignado para instituições de maior porte como forma de abrir folga para novas operações. Como porém ficavam responsáveis por 50% do risco das carteiras o BC determinou que mesmo nesses casos os bancos deveriam reforçar o capital. Ou seja sobrou menos espaço para emprestar. Pode não parecer mas juntas essas três medidas tiraram a atratividade dos empréstimos consignados diz
Margem menor
Mas não é só. Com margem menor de lucro os bancos que operam por meio de agentes os chamados pastinhas cortaram pela metade a remuneração desses profissionais que perderam o entusiasmo para correr
atrás da clientela. Eles recebiam até 20% dos ganhos com as operações. Agora o abono não passa de 10%. Além disso o INSS reduziu de 30% para 20% o limite máximo dos benefícios pagos a aposentados e pensionistas que podem ser comprometidos com o consignado.
Quem acompanha os dados mensais do mercado de crédito divulgados pelo BC percebeu que desde o início de 2007 o ritmo de crescimento das operações de consignado vem diminuindo. Nos 12 meses terminados em abril daquele ano por exemplo a taxa de expansão desses empréstimos estava acima de 44%. Em março último havia caído para 30%. Esse movimento segundo técnicos do BC refletem de um lado a menor capacidade de endividamento de segurados do INSS e de servidores públicos e de outro a oferta ainda pequena desse tipo de operação aos trabalhadores da iniciativa privada que ao contrário dos funcionários públicos podem ser demitidos a qualquer momento — por isso o risco de inadimplência é maior.
Na avaliação de Paulo Bonzanini diretor de Varejo do
Fonte: Correio Braziliense
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