Os dados constam na Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) divulgada na terça-feira 29 pela Confederação dos Trabalhadores em Ramo Financeiro que faz o estudo em parceria com o Dieese com base nos números do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Segundo o Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) os bancos brasileiros contrataram 30.417 bancários entre janeiro e setembro e desligaram 33.177. No total do sistema financeiro foram fechados 2.760 postos de trabalho. O Caged não discrimina a evolução do emprego por empresa; apenas por setor.
Considerando que a Caixa Econômica Federal apresentou um saldo positivo de 3.982 empregos nos primeiros nove meses do ano e como o Banco do Brasil e demais bancos mantiveram quadros de funcionários estáveis no período fica evidente que os cortes nos postos de trabalho se concentraram mais uma vez nos bancos privados.
Rotatividade
A pesquisa mostra que o salário médio dos admitidos pelos bancos entre janeiro e setembro foi de R$ 2.91463 contra salário médio de R$ 4.59483 dos desligados. Ou seja os trabalhadores que entram no sistema financeiro recebem remuneração 366% inferior à dos que saem. Com isso os bancos buscam reduzir suas despesas.
Concentração
No Brasil os 10% mais ricos no país segundo estudo do Dieese com base no Censo de 2010 têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10% mais pobres. Ou seja um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria de reunir tudo o que ganha durante 33 anos para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico.
No sistema financeiro a concentração de renda é ainda maior. No Itaú por exemplo os executivos da diretoria receberam em 2012 em média R$ 905 milhões por ano o que representa 1918 vezes o que ganha o bancário do piso. No Santander os diretores embolsaram R$ 562 milhões no ano passado o que significa 1192 vezes o salário do caixa. E no Bradesco que pagou R$ 5 milhões no ano aos seus diretores a diferença é de 106 vezes.
Ou seja para ganhar a remuneração mensal de um executivo o caixa do Itaú tem que trabalhar 16 anos o caixa do Santander 10 anos e o do Bradesco 9 anos. (Fonte: SEEB SP)

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