‘O assédio moral no trabalho também conhecido como mobbing é um problema social grave que vem assumindo contornos cada vez mais alarmantes (Gustavo Filipe Barbosa Garcia)
A vítima passa a sofrer tratamento abusivo perseguições humilhações discriminações e constrangimentos de forma reiterada normalmente velada com o fim de desestabilizá-la psicologicamente. Isso leva-a ao sofrimento psíquico que muitas vezes alcança proporções insuportáveis podendo acarretar em casos mais dramáticos até mesmo o suicídio.
A crueldade de quem pratica o assédio movido por sentimentos como inveja além de desajustes como psicopatias e sociopatias tem como fim arruinar a pessoa fazê-la perder tudo – em especial a saúde o emprego a fonte de subsistência e até mesmo a dignidade.
Muitos são os aspectos envolvidos mas merece alerta o cuidado especial que os profissionais inclusive da área da saúde precisam ter ao tratar da vítima dessa prática abusiva. Como o assédio moral normalmente acarreta sérias doenças em especial de ordem psíquica é preciso se conscientizar de que o paciente não tem somente um desajuste emocional ou um problema psicológico – de ordem puramente interna – mas sim que ele está passando ou passou por uma forte violência psíquica que deixa sequelas profundas em seu ser afetando o bem-estar e o equilíbrio necessários para a higidez física e mental.
Não é suficiente tratar apenas a doença psíquica apresentada mas deve-se levar em consideração que essa é na realidade a consequência do terror psicológico sofrido no meio social ou seja o resultado da exposição da pessoa à perversidade crescente no ambiente de trabalho.
Logo de nada adianta por exemplo só medicar e exortar o paciente a se reerguer e reagir psicologicamente ou mesmo insistir que os seus pensamentos é que estão distorcidos procurando ensinar formas melhores de raciocinar meditar e superar as situações da vida.
A origem do problema que precisa ser enfrentada decorre de fator nitidamente externo presente no meio social mais especificamente no ambiente de trabalho. Sem essa percepção bem clara do tema – que exige conhecimentos mais profundos e interdisciplinares inclusive do que ocorre no meio social da pós-modernidade e não somente sobre a esfera psíquica do ser humano (embora esta também seja relevante) – corre-se o risco de apenas com tratamentos convencionais voltados a doenças mentais físicas e psicológicas acabar acontecendo o pior.
Se o paciente está sofrendo assédio moral a violência em si deve ser combatida de forma principal por todos os meios possíveis e legítimos inclusive levando o problema de ordem social às esferas institucionais competentes. A vítima já fragilizada e mergulhada no desespero normalmente não tem pleno discernimento e condições de buscar socorro por si.
Caso contrário a pessoa ainda que esteja em acompanhamento de saúde não suportando mais o sofrimento pode acabar se demitindo ficando sem renda e sem amparo social e trabalhista. Isso se algo pior já não tiver acontecido concretizando os planos arquitetados pelo assediador.
O assédio moral pode deixar cicatrizes mais profundas do que se imagina. Mesmo depois de um possível desligamento do ambiente agressivo a pessoa muitas vezes carrega traumas emocionais gravíssimos que a acompanham por vários anos em alguns casos por toda a vida. Isso a incapacita para outras atividades em especial para o exercício do labor em razão do medo de sofrer novamente experiências semelhantes acarretando fobias transtornos e incapacidade até mesmo para tarefas do dia a dia.
Os profissionais envolvidos precisam por isso estar em constante diálogo e preparados para enfrentar a questão com eficiência e habilidade.
Fonte: UOL’