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Como o processo de escolha tende a levar algum tempo trabalha-se com a hipótese de estender temporariamente o mandato de Barbosa para a transição.
Já faz algum tempo que se discute a possibilidade de profissionalizar a gestão da Febraban mas o debate ganhou força desta vez depois que se chegou a um impasse para indicar o sucessor de Barbosa que presidia o antigo ABN Amro Real e atualmente preside o Santander e está no comando da Febraban desde 2007.
Historicamente a entidade é comandada por um presidente ou vice-presidente de instituição financeira como prevê seu estatuto seguindo uma espécie de rodízio entre os bancos.
Por esse rodízio informal seguido pelos grandes bancos que ditam as regras dentro da instituição seria a vez de o Itaú apontar o presidente. Roberto Setubal o presidente do banco no entanto não quis voltar a ocupar o cargo. O mesmo teria acontecido com o banqueiro Pedro Moreira Salles. Recentemente circulava a informação de que o Itaú poderia indicar o nome de Geraldo Carbone o ex-presidente do BankBoston que atualmente toca a operação de varejo do Itaú Unibanco.
Mas a opção da profissionalização acabou ganhando força. Em boa parte a dificuldade para se chegar a um sucessor pode ser explicada pela forte consolidação do mercado bancário brasileiro. No passado bancos como Unibanco Bamerindus BCN e Noroeste por exemplo participavam do rodízio. Com o enxugamento do número de bancos relevantes depois das grandes fusões e aquisições as opções se restringiram a Itaú Unibanco Bradesco e Santander. Além disso os presidentes das instituições enfrentam uma agenda cada vez mais carregada dentro de seus respectivos bancos envolvidos com processos de integração ou em projetos de expansão. Já o HSBC tem porte bem menor que os demais e um de seus executivos Hélio Duarte acaba de assumir a presidência da associação de bancos estrangeiros a ABBI.
Os dois grandes bancos federais Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal que ganharam mercado no último ano com arrojadas políticas de concessão de crédito não são considerados como alternativas. Os bancos privados dão sinais claros de que não gostariam de ter um presidente de um banco público a representá-los em suas demandas perante o governo.
Em uma recente reunião na Febraban os bancos públicos chegaram a sugerir o nome da presidente da Caixa Maria Fernanda Ramos Coelho para o cargo. Mas a ideia não prosperou.
Hoje a entidade conta com um presidente (Fábio Barbosa) e uma diretoria-executiva mais atuante com representante de bancos. Entre os mais atuantes estão José de Menezes Berenguer Neto (Santander) José Luiz Acar Pedro (Bradesco) e Oswaldo de Assis (BTG Pactual).
As eleições são decididas pelos grandes bancos com apresentação de chapa mas a decisão sempre passa por Bradesco e Itaú.
Paralelamente à presidência que tem um peso político a entidade tem um diretor-geral Wilson Levorato. O cargo foi criado com a saída de Setubal da presidência em 2001. Gabriel Ferreira do Unibanco teria exigido que alguém respondesse pelas funções do dia-a-dia. O primeiro a ocupar esse cargo foi Hugo Dantas.
Fonte: Valor Econômico / CONTEC’