Questionado na coletiva de imprensa nesta segunda-feira se as montadoras se comprometeriam a manter os preços pelo menos no nível atual o presidente da entidade Cledovino Belini disse que “se fizermos [esse] compromisso é cartel“.

A mudança no IPI pode representar reajuste de 25% a 28% nos preços para o consumidor que comprar um carro que tenha menos de 65% de componentes fabricados no país. O tributo variava de 7% a 25% dependendo da potência e do tipo de combustível e pode oscilar com a medida entre 37% e 55%.

Para ele o consumidor não será prejudicado apesar da elevação de 30 pontos percentuais no IPI que vai refletir diretamente no valor dos modelos importados que não são trazidos da Argentina ou do México diminuindo o mix de produtos que cabe no bolso.

“Com a concorrência que nós temos o mercado limita qualquer aumento de preço. O compromisso é as empresas manterem seu market share [participação nas vendas]“ acrescentou.

META

Embora a medida que eleva o IPI tenha sido elaborada em parceria com a Anfavea Belini afirma que até associados da entidade podem não atingir as metas e serem penalizadas com 30 pontos percentuais de acréscimo na alíquota do imposto. “Vamos saber em 45 dias [quais e se serão]“ disse.

Para o executivo a “medida é dura mas para o Brasil é necessária“. No intuito de reforçar que medidas protecionistas não são exclusividade do governo brasileiro lembrou até que “a Suíça controlou o câmbio“.

“O mundo está mudando. Não é mais aquele mundo tranquilo que vivíamos“ completou.

Para Rogelio Golfarb um dos vice-presidentes da Anfavea também presente na coletiva desta segunda-feira “essa medida mandou um recado: o modelo de negócio baseado na importação não vai ser privilegiado“.

O tom da coletiva foi justamente reforçar a importância da indústria nacional apesar da medida governamental não prever a penalidade para os carros produzidos na Argentina e no México devido aos acordos automotivos com esses dois países permitindo a isenção no Imposto de Importação de 35% cobrado de carros chineses e coreanos por exemplo.

Fonte: Folha de S.Paulo

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios estão marcados *

Postar Comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.