Os pisos salariais dos trabalhadores brasileiros mantiveram no ano passado a tendência de aproximação ao valor do salário mínimo. De 628 pisos pagos no País só cerca de 5% superaram dois mínimos. Segundo levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) para 56% categorias estudadas os pisos salariais não ultrapassaram 125 salário mínimo e 77% registraram valor inferior ao valor de 15 salário. Apenas 23% obtiveram pisos superiores a 25 salários mínimos.

“Os pisos não estão perdendo valor. Nos processos de negociação salarial os reajustes têm sido acima da inflação“ pondera Luís Augusto Ribeiro da Costa técnico do Dieese. Na sua avaliação devido à política de valorização do salário mínimo nos últimos anos há uma maior aproximação entre os valores das remunerações pagas e o mínimo. Mesmo com a conquista de ganho real pelas categorias os aumentos são inferiores aos reajustes do mínimo.

O salário mínimo passou R$ 41500 para R$ 46500 a partir de fevereiro deste ano. O valor representa um ganho real de 58% em relação ao vigente no ano passado.

Segundo o levantamento do Dieese a proporção de categorias de trabalhadores com pisos salariais próximos ao salário mínimo aumentou entre 2007 o ano passado embora em menor ritmo se comparado ao período de 2005 e 2007. Em 2008 percentual de atividades com remuneração básica equivalente um salário atingiu 57% contra 34% no ano anterior. A pesquisa mostra ainda que o valor médio do piso salarial recuou de 2005 para 2008 de 173 para 134 salário mínimo.

Distribuição entre os setores

Entre as atividades avaliadas na pesquisa o meio rural apresenta o maior percentual de pisos em baixos valores. Cerca de 88% dos pagamentos estão entre um e 125 salário mínimo e os demais na faixa entre 126 e 150 salário mínimo.

A segunda maior concentração de pisos nas menores faixas está no comércio. No setor 624% das negociações salariais resultaram em pisos entre um e 125 salário mínimo. Em serviços esse percentual é de 546% e na indústria de 537%.

O setor de serviços apresenta o maior percentual de categorias com pisos salariais superiores a dois salários 93%. Em seguida está o comércio com 65%. Na indústria a incidência de remunerações nesse patamar é de apenas 25% segundo o Dieese.

Escolaridade

O estudo indica que a média dos salários de ingresso em atividades que supõem nível universitário é 217 vezes superior aos pisos pagos para atividades sem a exigência desse nível de escolaridade. Para os trabalhadores com formação superior o piso médio ficou em 284 mínimos. No caso das profissões que não exigem nível universitário essa relação cai para 131 salário mínimo.

No entanto destaca o Dieese houve redução da distância entre os menores pisos para atividades com diferentes níveis de escolaridade em relação ao ano anterior. Em 2007 o menor piso para trabalhadores com diploma universitário era 66% superior ao menor piso das demais atividades. Em 2008 essa diferença caiu para 4%.

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