‘Em seu discurso na comemoração aos 70 anos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) o presidente do Tribunal Superior do Trabalho ministro Carlos Alberto Reis de Paula enfatizou a necessidade de adaptação da CLT às mudanças trazidas pela evolução da sociedade. Além de reunir a legislação esparsa criada após 1943 e corrigir o que estiver antiquado na atualização da CLT segundo o ministro "deve-se reafirmar a proteção dos direitos básicos do trabalhador e a busca pela efetiva representatividade das entidades sindicais".

O presidente do TST ressaltou que essa atualização deve ser realizada sem afetar o núcleo de princípios do Direito do Trabalho buscando alcançar os direitos fundamentais garantidos pela Constituição. Nesse sentido lembrou ainda a importância da presença do Estado no combate ao trabalho infantil ao trabalho escravo e a "toda espécie de exploração agressora da dignidade da pessoa humana".

História

Em um breve histórico o ministro Reis de Paula falou que as contradições e paradoxos que marcavam a imagem do escravo e do trabalho influenciaram a transição do sistema escravocrata para a lógica do mercado livre. Com isso transmitiu-se "esse ranço do trabalhador como objeto que a tudo deve se submeter" destacou. Essa ideia segundo ele "teve fortes efeitos na história das relações de trabalho no Brasil".

Relatou a prevalência até o fim do século XIX de um sistema jurídico liberal com a mínima intervenção do Estado e com extrema desigualdade e hierarquização nas relações de trabalho. Somente com o início da industrialização e as atividades empresariais urbanas se criou "um cenário fértil para que germinasse o Direito do Trabalho".

Em sua avaliação independentemente do momento histórico em que tenha surgido "o Direito do Trabalho ao longo do tempo serviu para a pacificação dos conflitos sociais e para garantir maior civilidade nas relações entre capital e trabalho".’

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