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O setor de cartões vai movimentar mais de R$ 400 bilhões este ano incluindo as transações feitas com os plásticos de crédito débito e de loja. Diariamente a Redecard e a VisaNet fazem o cálculo de quanto cada banco emissor de cartões deve a cada lojista e quanto esse banco tem a receber de outro banco emissor (ou a pagar). Com os valores calculados as duas empresas passam as informações à CIP que faz os pagamentos para o lojista a chamada liquidação financeira. Para isso a CIP recebe uma taxa que as empresas não divulgam.
Na nova estrutura que deve surgir no mercado de cartões a CIP também passa a fazer esse cálculo diário. Segundo executivos das empresas de credenciamento ouvidos pelo Valor a retirada dessa atividade não terá maior impacto na operação das companhias.
O efeito mais imediato seria o pagamento de uma taxa mais alta à CIP pela prestação do novo serviço. O conselho de administração da câmara é integrado por representantes de Banco do Brasil Itaú Unibanco Bradesco Caixa Santander e HSBC. Os acionistas da VisaNet são BB Bradesco e Santander. Na Redecard o controlador é o Itaú.
As duas empresas não perderão o acesso às informações do fluxo de receitas do lojista. Esse fluxo garante que as credenciadoras façam a antecipação de recebíveis negócio que só no ano passado gerou R$ 960 milhões de receitas.
Quanto à esperada redução de preços cobrados dos lojistas os especialistas acreditam que haverá queda sim a depender do modelo adotado por cada estabelecimento. Certas lojas vão preferir manter mais de uma máquina leitora de duas redes diferentes como uma garantia para eventuais problemas tecnológicos. Nesse caso a redução da taxa tende a ser menor. Se a loja optar por ter somente uma rede aí sim a redução deve ser mais pronunciada. Além de economizar também com os custos do aluguem do terminal.
O que levaria a uma queda mais efetiva nas taxas seria o aparecimento de um terceiro credenciador capaz de competir com VisaNet e Redecard. O nome mais comentado pelo mercado é o Santander. Mas há informações de interesse de bancos não ligados às duas empresas como a Caixa Econômica Federal.
Os lojistas comemoram. A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas soltou nota ontem elogiando as medidas antecipadas pelo Valor. A tendência é que as taxas cobradas pelo segmento – as maiores do mundo – caiam substancialmente diz o texto.
Para as bandeiras (como Visa MasterCard ou American Express) pouco muda. Com o fim da exclusividade no credenciamento um terminal vai aceitar várias bandeiras. Essas empresas terão que encontrar formas de fazer o cliente usar mais a sua bandeira. Isso deve ocorrer principalmente nos estabelecimentos menores. Com a exclusividade havia lojistas que só aceitavam uma ou outra bandeira.
Fonte: Valor Econômico / CONTEC
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