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A grosso modo (não fazer essa investigação) é como comprar um carro sem abrir o capô e verificar o estado do motor diz Ruy Coutinho ex-secretário de Direito Econômico ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade) e presidente da Latin Link Consultoria.
Legalmente uma empresa pode comprar outra sem fazer essa auditoria. O mundo jurídico porém condena a prática pelo risco de se comprar uma companhia com passivos inimagináveis. Há ainda o agravante de que o BB tem capital aberto e a direção do banco fez um negócio que pode ser questionado por eventualmente prejudicar minoritários.
Após avaliar as últimas aquisições do BB o TCU constatou que a compra do Votorantim ocorreu em termos bastante distintos. Em compras como a da Nossa Caixa e outros bancos estaduais o BB divulgou as avaliações para justificar o negócio. No caso do Votorantim tudo foi mantido em segredo. Ao contrário das outras operações (Nossa Caixa Besc e BEP) não foi dada publicidade aos relatórios de avaliação que subsidiaram a aquisição de participação no Votorantim diz o relatório.
Os ministros do TCU afirmam que esse sigilo ocorreu por falta de exigência legal específica e pelo caráter estratégico dos trabalhos como referência para as negociações. O BB então solicitou sigilo quanto aos resultados finais das avaliações.
Uma das explicações para a ausência da auditoria na compra do Votorantim é dada pelo próprio relatório. O TCU observa que a crise afetou o Votorantim e para evitar problemas de solvência o banco precisou ser vendido rapidamente.
O grupo assumiu perdas de R$ 22 bilhões no final de 2008 devido à sua exposição às oscilações do câmbio. O Banco Votorantim que responde por um quarto da receita das operações do conglomerado começou então a enfrentar problemas de liquidez diz o relatório.
Os ministros observam que a instituição passou então a captar recursos pelo prazo de um a dois anos e a usá-los como funding de financiamentos de maior prazo. A venda de participação acionária passou a ser encarada como solução mais adequada para o problema.
Fonte: CONTEC
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