Mas o mesmo não aconteceu com o pagamento de bônus pelo cumprimento -ou a superação- de metas dos diretores estatutários cujo volume cresceu quatro vezes -passou de R$ 307 milhões para R$ 155 milhões de 2006 para 2007.
O relatório divulgado ontem mostra que os bancos pagaram aos funcionários cerca de R$ 2629 bilhões em PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e em bonificação -55% do total dos ganhos. Em 2006 esse volume foi maior de R$ 2686 bilhões -o correspondente a 88% do total de lucros.
Segundo o relatório o número de beneficiários dos programas de remuneração variável também encolheu em 2007 para 3235 mil beneficiários de um total de 430 mil funcionários. Em 2006 os beneficiários computados pelo relatório da Febraban eram 4142 mil.
Para Luiz Claudio Marcolino presidente do sindicato dos bancários a distribuição nos lucros do setor prioriza os diretores em detrimento dos demais funcionários. Não é uma distribuição de lucro igualitária. Há diretor que recebe R$ 3 milhões e o bancário [médio] ganha até dois salários. Nossa campanha deste ano propõe que os bancos distribuam três salários sem teto ou limitador. Queremos também que o bancário receba cerca de 5% da receita de serviços disse.
Hoje os bancários têm teto para PLR de R$ 11.652 e um limite de 15% do lucro liquido.Segundo José Silvestre Prado de Oliveira coordenador técnico do Dieese o setor bancário é um dos que mais distribuem participação nos lucros e nos resultados financeiros -só perdem para os petroleiros e alguns setores dos metalúrgicos. Ele afirma que uma das razões é a organização da categoria que tem convenção nacional. A outra é que os bancos estão entre os setores que mais lucraram nos últimos anos.
O setor bancário deveria pagar muito mais não só pelo que eles lucram mas também pelo que os bancários geram em termos de receita. No total os bancos empregam 430 mil funcionários sendo 513% homens e 487% mulheres. No ano passado a participação de mulheres cresceu um ponto percentual sendo que o número de executivas em cargos de diretoria foi ampliado em 36 pontos percentuais.
Só as 15 maiores instituições empregam 5.971 pessoas com alguma deficiência cerca de 13% do total -03 ponto a mais do que em 2006. Pela lei de cotas deverão chegar a 5%. Mais da metade dos funcionários dos bancos tem curso superior -451% com algum diploma de graduação e 94% com pós-graduação. Do total de empregados só 233% têm apenas o ensino médio ou profissionalizante.
Fonte: Folha de S.Paulo