‘Apesar de terem apresentado altos lucros nominais em 2012 os três maiores bancos de capital aberto do país –Banco do Brasil ItaúUnibanco e Bradesco– tiveram queda no lucro consolidado ajustado pela inflação medida pelo IPCA (índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

No ano passado a lucratividade dos três bancos apresentou diminuição de 626% em relação à do ano anterior –o equivalente a R$ 249 bilhões. Foi a primeira queda desde 1996 segundo levantamento feito pela consultoria Economatica.

Em 2012 o lucro líquido consolidado dos bancos foi de R$ 3718 bilhões. No ano anterior havia sido de R$ 3967 bilhões.

Em 2012 o lucro líquido consolidado dos bancos foi de R$ 3718 bilhões. No ano anterior havia sido de R$ 3967 bilhões. O resultado menor do ano passado interrompeu uma sequência de 15 anos de crescimento da lucratividade dos três bancos ajustada pela inflação.

Em 1996 eles tiveram juntos prejuízo de R$ 1615 bilhões mas esse valor foi ocasionado pelo reconhecimento de perdas efetuado pelo BB no valor de R$ 198 bilhões segundo a consultoria. No mesmo ano o Itaú teve lucro de R$ 156 bilhões e o Bradesco de R$ 217 bilhões.

Para o estudo a consultoria ajustou todos os lucros históricos pela inflação medida pelo IPCA desde 1986 até dezembro de 2012. Em 86 primeiro ano analisado os três bancos juntos tiveram lucro de R$ 408 bilhões.

CENáRIO

A economia global tem passado por um período desafiador com a dificuldade das grandes potências em retomar o crescimento sustentável em meio a diversos impasses políticos. Isso impacta fortemente o setor bancário mundial inclusive aqui no Brasil.

Por causa disso segundo especialistas a queda nos lucros dos bancos já era esperada mas as operações dessas instituições mostraram sinais que alimentam boas perspectivas para o futuro.

"A crise ainda não passou mas o Brasil tem conseguido de alguma forma amenizar seus efeitos. Mesmo sendo natural a queda no lucro dos bancos alguns fatores mostram que o setor está conseguindo segurar os impactos negativos do cenário macroeconômico" disse Elad Revi analista da Spinelli Corretora.

"A taxa de inadimplência por exemplo é um desses sinais pois apesar de ter subido ficou em níveis confortáveis tanto para os bancos privados quanto os públicos no ano passado" completou Revi.

De acordo com o analista não há motivos para o pequeno investidor que possui as ações do banco ficar preocupado.

"Pelo contrário acho que eles podem avaliar o momento para manter os papéis ou até comprar mais já que em um horizonte de dois a três anos imagino que esses investidores conseguirão aproveitar da retomada da lucratividade do setor bancário."

Mesmo com redução no lucro a analista Karina Freitas da Concórdia Corretora afirma que a remuneração para os investidores segue favorável.

"Para o Banco do Brasil vejo com bons olhos a carteira de dividendos (parte do lucro da empresa distribuída ao acionista). O banco paga esse provento trimestralmente e possui um yield (taxa de rendimento) positivo. As remunerações são atraentes. No caso do Itaú o yield é menor mas pago semestralmente."

OPORTUNIDADE

O analista da Spinelli avalia que este momento também pode ser oportuno para quem ainda não tem ações do setor bancário. "Como o desempenho financeiro dos bancos tem sofrido suas ações também mostram baixa. Mas uma vez que as perspectivas são otimistas acredito que o investidor pode aproveitar os preços menores dos papéis para comprá-los" disse.

As ações do segmento financeiro operam em sentidos opostos na Bolsa brasileira nesta tarde. Às 16h34 (horário de Brasília) os papéis do Bradesco subiam 064% enquanto os do Banco do Brasil e do Itaú Unibanco caíam 048% e 062% respectivamente.

Fonte: Folha.com’

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios estão marcados *

Postar Comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.