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Apesar da pressão dos aposentados o governo não pretende negociar nada além do que foi acertado em agosto com as duas maiores centrais sindicais a CUT e a Força Sindical. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já avisou que está disposto a conceder um reajuste de 6% para aposentadorias acima do mínimo em 2010 e 2011 o que representaria aumento real de 25% em cada ano. A proposta é esta. Não há alternativa além disso disse Padilha.
Os aposentados acham o porcentual baixo e querem cerca de 8% ? índice próximo do previsto para o salário mínimo. ‘Tem dinheiro pra todo mundo menos para o aposentado. No governo Collor os caras pintadas foram às ruas. Agora na era Lula são os caras enrugadas disse o presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap) Warley Martins Gonçalles.
Se o impasse persistir até o fim do ano o governo vai publicar duas MPs. Uma sobre a política de longo prazo do mínimo ? que entra em vigor em janeiro de 2010 quando ele deve subir de R$ 465 para R$ 510 ? e outra sobre o reajuste dos aposentados. Atualmente a correção dos benefícios para quem ganha mais de um salário mínimo tem como base apenas o INPC.
A emenda do senador Paim ? o petista que causa dor de cabeça ao Planalto ? foi feita ao Projeto de Lei 01/2007 do Executivo que trata da política de elevação do salário mínimo até 2023. O acerto feito em agosto com as principais centrais foi uma tentativa do governo para impedir o avanço no Congresso do que foi batizado como kit Paim.
O acerto porém não vingou e os aposentados continuam a pressionar o Palácio do Planalto. Além da correção de todos os benefícios previdenciários pelo mesmo índice do piso salarial eles querem acabar com o fator previdenciário ? mecanismo que reduz o valor do benefício para quem se aposenta mais cedo. E também querem restabelecer o valor das aposentadorias pelo número de salários mínimos que elas representavam quando foram concedidas. Todas essas medidas constam de projetos em debate na Câmara.
Convencidos de que podem obter mais vantagens por causa da proximidade das eleições de 2010 os aposentados querem reabrir as negociações. O governo também quer acordo mas não admite ceder. Em conversas reservadas auxiliares do presidente temem que Lula sofra desgaste político ao ser obrigado a vetar a concessão de benefícios para não causar um rombo na Previdência. Não tem essa de desgaste. Se tiver de vetar o governo vai vetar insistiu o líder do PT na Câmara Cândido Vaccarezza (SP).
Na segunda-feira representantes da CUT e da Força Sindical entre outras centrais reúnem-se com dirigentes da Confederação Brasileira dos Aposentados (Cobap) para definir nova proposta a ser levada ao Executivo. Se o diálogo não avançar os aposentados voltarão a protestar na Câmara.
Fonte: O Estado de São Paulo
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