‘A inflação reduziu os ganhos dos trabalhadores no primeiro trimestre. A média de aumento real de categorias com data-base no período foi de 14%. Embora seja uma prévia o dado indica ganho menor que o obtido em todo o ano de 2012 de 196%. O porcentual de categorias que conseguiram negociar reajustes acima da inflação também caiu para 87% ante 946%.
Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) que não tem comparativos com o primeiro trimestre de 2012 pois só consolida resultados semestrais. Mostram porém que a perda já vinha ocorrendo desde o segundo semestre de 2012. Na primeira metade do ano 96% das categorias conseguiram aumento real com ganho médio de 223%.
O coordenador de Relações Sindicais do Dieese José Silvestre acredita em reversão dos dados principalmente a partir do segundo semestre. “A inflação já começa a cair há um cenário mais positivo para o PIB e para a produção industrial.” Em sua opinião os ganhos dos trabalhadores em 2013 deverão ficar muito próximos aos de 2012.
Segundo Silvestre ocorreram cerca de 90 negociações de janeiro a março. Entre as categorias com data-base no período estão os frentistas de São Paulo e trabalhadores da construção civil do Rio de Janeiro.
Especialistas ouvidos pela Broadcast serviço em tempo real da Agência Estado apostam que a inflação alta vai dificultar as negociações de reajuste salarial o que pode resultar em aumento de greves. “Com inflação em alta e crescimento da produtividade em ritmo menor a tendência é de que as discussões sobre salários entre empresas e sindicatos sejam mais acaloradas” diz o economista-chefe da MB Associados Sergio Vale. “Com isso a gente pode ver mais greves em 2013.”
O quadro pode se agravar porque não há perspectiva de que a pressão inflacionária decorrente do mercado de trabalho aquecido vá desacelerar segundo o economista Alexandre Schwartsman ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central (BC). As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Você é melhor que seu chefe?
Pesquisa mostra que essa ideia passa pela cabeça de 90% dos empregados. Veja por que isso é má notícia para os gestores
“Ele pode ser o chefe mas eu trabalho melhor que ele.” Quem já não pensou assim? Uma pesquisa feita pela Lee Hecht Harrison-DBM empresa de desenvolvimento de talentos e transição de carreiras mostra que esse pensamento é mais comum que a maioria dos executivos imagina. O levantamento aponta que 71% dos gestores de empresas possuem uma ótima visão profissional de si próprios mas 90% dos subordinados acredita ser igual ou melhor que seu chefe imediato.
O resultado dessa pesquisa (feita com 373 presidentes diretores e gerentes de companhias das regiões Sul e Sudeste) demonstra um posicionamento mais crítico por parte dos liderados diante de seus chefes do que destes a seus colaboradores.
Razões
O contraste pode causar impactos negativos como a desmotivação do funcionário perda do sentido de pertencimento à equipe e até mesmo conflitos relacionais e desconfiança no superior.
Marco Antônio Andrade presidente da Prodeg consultoria especializada em certificações e gestão de processos afirma que esse sentimento de superioridade em comparação ao líder pode ser causado pela insegurança deste diante de alguma situação ou por não saber lidar com opiniões divergentes. Isso faz com que os funcionários não concordem com suas ações e passem a questionar sua capacidade de gestão.
O relatório também revela que o percentual de jovens executivos que se consideram melhor que seu chefe é maior do que no grupo de empresários mais experientes. Carla Virmond diretora da região Sul da Lee Hecht Harrison-DBM aponta outra razão para as visões diferentes: a falta de percepção de um contexto mais amplo por parte daqueles que estão no início de suas carreiras. “Não é um caminho fácil pois é o próprio caminho do amadurecimento” explicaCarla mostrando que esse atributo só se desenvolve com o tempo e com as experiências de vida conquistadas.
Carla observa que a atual geração se acostumou às relações via redes sociais que geram um caráter individualista. Ao serem colocados em grupos e organizações os mais jovens não conseguem lidar com as opiniões e ações divergentes. “A nova geração tende a deletar os pensamentos diferentes. Nas redes sociais é assim você excluí aquilo que você não concorda. No mundo empresarial isso não é possível” afirma Virmond.
Andrade da Prodeg defende ainda que o executivo deva estar próximo de sua equipe para que passe confiança e credibilidade e promova o engajamento de todos nos projetos. “O líder não tem que ser necessariamente o mais competente ele deve ser o responsável por dar condições para que os outros também se destaquem” reforça o executivo.
Das multinacionais para a moda praia
A rotina muito rígida dentro da empresa e a impossibilidade de desenvolver todas as potencialidades geram o sentimento de frustração em muitos profissionais. Juliana Ferline é um exemplo de profissional que decidiu se arriscar criando sua própria empresa para fugir das estruturas fixas das multinacionais em que trabalhava. Há quatro anos ela decidiu entrar na indústria fashion e criou a Camoa Brasil focada em moda praia e esporte.
Ferline conta que se preocupa com o engajamento e a percepção de seus funcionários. Segundo a empresária existem aqueles que gostam da rotina e do trabalho administrativo enquanto outros buscam áreas mais criativas para desenvolver ao máximo suas habilidades. Ao detectar este perfil cada colaborador é designado para a função na qual se sinta mais capaz e ambientado.
Fonte: Gazeta do Povo’