A Prefeitura de Palmas criou duas armas novas para combater a dengue e neste ano já eliminou 327 mil focos do mosquito. A capital do Tocantins quer reduzir o número de casos da doença. No ano passado foram registrados 21 mil casos no estado e quase metade aconteceu nessa cidade. Quem não colabora pode acabar respondendo na Justiça.

Por terra o “web dengue“ vasculha possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti que são difíceis de ver. O aparelho é improvisado. Acoplada a um computador a microcâmera com um farol de carro em cima é presa na ponta de um cano. Uma linha de pesca serve para movimentar o equipamento. “Praticamente em todos os bueiros encontramos focos de dengue“ diz o agente comunitário de saúde Willian Moreira Cavalcante.

Pelo ar o parapente identifica os locais onde a força-tarefa não chega. Tudo é fotografado: calhas sujas piscinas tambores. Identificado o foco a Justiça autoriza a entrada forçada dos agentes de saúde. Nas casas fechadas um chaveiro abre as portas enquanto a Guarda Metropolitana garante a segurança.

Com a estratégia adotada em Palmas os casos de dengue caíram pela metade. Ainda assim a situação é considerada preocupante. Por isso a Secretaria Municipal de Saúde resolveu tomar uma medida mais rígida e começou a denunciar à polícia o morador que não cuida do quintal. A delegacia de Meio Ambiente já recebeu cinco queixas. Uma delas foi parar na Justiça.

“Os moradores não tomam os cuidados devidos então através do poder da polícia as pessoas se intimidam mais e acabam resolvendo os problemas“ diz o supervisor-geral de combate à dengue José Benedito Alves de Oliveira.

A dengue no Brasil

Os estados com maior número de casos eram até o fim da contagem em 21 de fevereiro de 2008 Rio de Janeiro (26%) Pará (9%) Tocantins (8%) Goiás (7%) Ceará (6%) Minas Gerais (5%) Rio Grande do Norte (5%) Mato Grosso (5%). Esses estados totalizam 72% dos casos de dengue notificados no país até o momento.


A Região Norte concentrou 26% dos casos de dengue notificados no país no mês de janeiro de 2008 8.231 registros representando um aumento de 55% quando comparado com o mesmo período de 2007.

Na Região Nordeste foram notificados 6.329 casos suspeitos de dengue com uma redução de 27% quando em comparação com o mesmo período de 2007. Na Região Sudeste o número de casos registrados foi de 11.291 (redução de 546% com relação ao mesmo período do ano passado).

Na Região Sul foram notificados 1.486 casos suspeitos de dengue número que representa uma redução de 2525% se comparado com o mesmo período de 2007.

Na Região Centro-Oeste foram notificados 4.785 casos de dengue no mês de janeiro com uma redução de 81% quando comparado com o mesmo período de 2007.

No Tocantins

No Tocantins em 2007 foram notificados 22.242 casos destes 10.339 casos foram confirmados com 1 óbito em janeiro por dengue hemorrágica. Este ano já foram notificados até a data presente 9.814 casos sendo 2.177 casos confirmados com 03 casos de dengue hemorrágica destes 01 óbito. Baseado nestes números a Secretaria Estadual da Saúde define hoje a tarde um plano emergencial de combate à doença.

Investimentos

O Ministério da Saúde investiu mais de R$ 685 milhões no combate à dengue em 2007. O documento foi divulgado nesta quarta-feira (27) e mostra ainda que 380 mil médicos receberam informações sobre o diagnóstico e tratamento da doença para crianças e adultos.

Ainda de acordo com Ministério da Saúde as autoridades foram informadas sobre a possibilidade de uma epidemia no verão deste ano. Especialistas da Saúde produziram um diagnóstico de infestação do mosquito transmissor nas áreas consideradas de risco e modificou a campanha contra a dengue de sazonal para todo o ano entre outras ações.

O Governo federal também informou que está investindo R$ 29 bilhões em saneamento nas áreas mais preocupantes em relação à doença.

O que é a Dengue?

Dengue é uma doença febril aguda de etiologia viral e evolução benigna na maioria dos casos. Costuma ocorrer em áreas tropicais e subtropicais em que as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti responsável pela transmissão do vírus.

A transmissão se dá pela picada do mosquito fêmea infectado. Os sintomas aparecem depois de quatro a dez dias. O Aedes aegypti é encontrado nas cidades até mesmo no interior das casas principalmente naquelas em que existem baldes ou vasos em pratos com água nos quais o mosquito pode se desenvolver. A transmissão ocorre sazonalmente principalmente nas estações de chuvas. A dengue é primariamente uma doença dos trópicos e se mantém através de um ciclo que envolve seres humanos e o mosquito transmissor. O vírus da dengue é um arbovírus (transmitido por inseto). São conhecidos quatro sorotipos: Den 1 Den 2 Den 3 e Den 4.

Nos últimos anos aumentou muito o número de casos de dengue no Brasil. A doença surgiu também em grandes áreas urbanas como resultado de condições favoráveis ao desenvolvimento do mosquito e do combate menos intenso à sua proliferação. A preocupação das autoridades de saúde concentra-se também no fato de que o Aedes aegypti também transmite a febre amarela.

Diagnóstico

Na forma clássica a doença tem início súbito com febre alta dor muscular e nos membros dor nos olhos dor de cabeça dor abdominal (mais freqüente em crianças) falta de apetite náusea vômito prostração e erupção cutânea. Por isso a dengue pode ser confundida com sarampo ou rubéola. Depois de vários dias de evolução com esses sintomas a doença regride espontaneamente.

Alguns casos raros podem apresentar manifestações clínicas mais graves o que indica a possibilidade de dengue hemorrágica na qual os sintomas se associam a fenômenos hemorrágicos e a doença pode se tornar letal. O diagnóstico da doença costuma ser feito por meio de exame de sangue no qual se identificam os anticorpos contra a dengue.

Tratamento

Não há tratamento específico para a dengue. As medidas terapêuticas visam à manutenção do bom estado geral do paciente. Para combater a dor e a febre não devem ser usados derivados de ácido acetilsalicílico que podem provocar sangramento. A mesma contra-indicação aplica-se aos demais antiinflamatórios não hormonais mesmo quando usados por via intramuscular.

Não existe vacina eficaz para a dengue. A única forma de controle da doença é evitar a proliferação do Aedes aegypti. é muito importante a participação da comunidade na erradicação de locais com água parada que sirvam como criadouros do mosquito. O uso de inseticida é necessário nos lugares onde se tenha identificado casos de dengue. Quem viaja para regiões que registrem casos da doença deve evitar o contato com o mosquito.

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