‘A temporada de juros baixos que marcou o início do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff ficou mesmo no passado. Com a escalada da taxa básica Selic iniciada em outubro de 2014 o crédito ficou mais caro e escasso. Para piorar temendo nova onda de desemprego em razão da estagnação econômica os bancos decidiram emprestar só para clientes com garantias de pagamento. Mesmo assim os financiamentos aprovados pesam cada vez mais no bolso.
Dados levantados pelo Correio com base em estatísticas do Banco Central (BC) dão a dimensão da alta dos juros ao consumidor. De janeiro a dezembro de 2014 os seis maiores bancos do país elevaram as taxas em média em 642 pontos percentuais. Não sem surpresa o cheque especial foi a modalidade que mais encareceu. Em média as taxas cobradas nessa linha saltaram de 157% anuais no começo de 2014 para 21611% nos últimos dias de dezembro — uma diferença de 5903 pontos.
Os números sugerem que o Santander foi o banco que mais subiu juros em 2014. As taxas praticadas pelo conglomerado espanhol subiram 8916 pontos percentuais em um ano. Só no cheque especial os juros saltaram de 2334% para 322% anuais — uma diferença de 8916 pontos. Foram consideradas as operações realizadas na primeira semana de janeiro e no período de 15 a 19 de dezembro. Em segundo lugar vem o HSBC. O banco inglês elevou em 7491 pontos os juros nas quatro linhas pesquisadas. A taxa do cheque especial subiu de 209% em janeiro para 2965% em dezembro alta de 875 pontos.
Em nota o Santander informou que os reajustes das taxas das linhas pesquisadas foram realizados “conforme as condições do mercado e de acordo com os dados disponibilizados pelo Banco Central não registraram as maiores variações percentuais do setor em 2014”. “A amplitude da variação na taxa do cheque especial em pontos percentuais é explicada pelas características diferenciadas oferecidas aos usuários do Santander Master que a cada mês contam com 10 dias de isenção de juros que somente são cobrados caso esse prazo seja excedido” acrescentou o texto.
Fonte: Correio Braziliense’