A emenda de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS) determinando que os benefícios previdenciários tenham o mesmo índice de reajuste do salário mínimo avança na Câmara. A votação do texto em comissão especial na semana passada corria risco de ser anulada por erro processual. Análise técnica porém diz que a votação foi correta. Assim após análise do parecer dos técnicos pelo presidente da Câmara Arlindo Chinaglia o texto vai a plenário.
Os governistas estão numa saia-justa. Por causa do forte impacto da medida sobre as contas públicas eles têm de trabalhar para impedir a votação. Porém não querem ficar na posição impopular de ser contra os aposentados ainda mais em ano eleitoral. Por isso buscam um meio-termo: querem engavetar o projeto e propor nova regra de correção das aposentadorias maiores que o mínimo. Se não for possível paralisar a votação o projeto seguirá para o plenário e caso aprovado para sanção do presidente Lula. Para evitar um rombo nas contas públicas ele será forçado a vetá-lo. Os governistas querem evitar esse desgaste político.
Defendo que haja correção para as aposentadorias maior que a correção da inflação como é hoje. Estamos trabalhando nisso disse o deputado Gilmar Machado (PT-MG). Segundo ele há dificuldade para aprovação da emenda do senador Paim porque o impacto seria grande nos gastos da Previdência. Uma das hipóteses é estender para os pagamentos de até três salários mínimos a correção pelo índice de inflação mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) previsto para os benefícios equivalentes a um mínimo. Acima desse valor seria um reajuste escalonado disse Machado.
O governo quer ganhar tempo para negociar uma proposta e a aprovação da emenda de Paim surpreendeu os aliados. Ontem depois de uma reunião da base os líderes aliados evitavam tratar do assunto. O PT não tem posição. A gente vem defendendo um aumento mais substancial acima do piso limitou-se a dizer o líder do PT deputado Maurício Rands (PE).
As coisas mais polêmicas vamos deixar para agosto. Estamos tentando fazer uma pauta de convergência vamos deixar a questão das aposentadorias para depois afirmou o líder do PP Mário Negromonte (BA).
A comissão especial presidida por Júlio Delgado (PSB) aprovou a emenda na quarta-feira aproveitando o espaço de duas sessões extraordinárias que discutia a criação da CSS. Quando perceberam governistas tentaram anular a reunião com reclamação a Chinaglia o que motivou a análise da votação pela secretaria da Mesa.
Fonte: Estado de S.Paulo