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De acordo com Ricardo Young presidente do Instituto Ethos nem mesmo nos casos em que a inclusão social tornou-se uma obrigação para as empresas por força de lei ela ocorre em sua plenitude. Os empresários de forma inconsciente operam como máquinas de exclusão social ao refletir um comportamento excludente da sociedade em que se insere afirmou.
Young citou um levantamento bianual realizado pelo Instituto em parceria com a Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP) o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Conforme a pesquisa no ano passado 19% do total de funcionários tinha algum tipo de deficiência. Em 2005 o índice era de 2% e em 2003 de 35% sinal de que a expansão do mercado de trabalho não gerou um incremento na mesma proporção do número de vagas para deficientes.
Pela legislação empresas com mais de 1 mil funcionários devem reservar 5% das vagas de emprego para deficientes e das empresas entrevistadas 755% estavam neste grupo. A pesquisa foi realizada no segundo semestre de 2007 junto a 500 empresas de diferentes portes das quais 132 responderam ao questionário. Desse total 68% eram grupos com faturamento superior a R$ 1 bilhão; outros 29% com receita entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão e 3% com receita inferior a esse patamar. Mesmo quando há lei ela não é aplicada inclusive pelos grandes grupos que muitas vezes utilizam os programas de responsabilidade social para se comunicar melhor com a sociedade afirmou Young.
No caso da população negra que segundo dados do governo representa 499% da população do país o percentual de participação no quadro das empresas era de 251% em 2007 ante 234% em 2003. No quadro de executivos o percentual era de 35% em 2007 e de 18% em 2003. As mulheres que representam 42% da população ocupada mantiveram desde 2003 participação de 35% no quadro de empregados. No quadro de executivos o percentual ficou em 115% ante 9% em 2003. Houve um avanço pífio em termos de diversidade nas empresas concluiu Young.
A meta do Instituto e da Secretaria Especial de Direitos Humanos é fazer com que mais de 60 empresários assinem uma carta de compromisso com metas e prazos para incrementar seus programas de inclusão social.
Elcio Anibal de Lucca vice-presidente do conselho de administração da Serasa considera que as empresas têm papel fundamental enquanto agentes de estímulo à inclusão social sobretudo quando um grande grupo exige que fornecedores sigam os mesmos preceitos por ele adotado. A Serasa criou em 2001 um programa de inclusão de deficientes. Até hoje a empresa contratou 160 pessoas e qualificou outras 40 que foram encaminhadas a grupos parceiros. A Serasa realiza a cada dois meses um fórum com a participação de 300 organizações para estimular a aplicação do mesmo modelo em outras empresas. O programa recebeu em 2003 a chancela da ONU e da OIT.
Fonte: Valor Econômico
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