No primeiro semestre a Bovespa que subiu 177% acabou por perder até da poupança que deu retorno de 299%. No período os maiores destaques ficaram com os fundos de renda fixa que deram retorno médio de 568% (até o dia 25) e os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) que pagaram 520%. Os fundos DI renderam cerca de 519% no período.
Se for considerado o único índice de inflação fechado até o momento o IGP-M os preços subiram 682% no semestre batendo todas as principais categorias de investimento. O IPCA acumulou alta de 288% até maio. Como as expectativas do mercado são que o IPCA registre alta de 070% em junho segundo a pesquisa divulgada ontem pelo Banco Central o indicador deve engolir também a rentabilidade anual da Bolsa e da poupança.
Os investidores têm se deparado com um ambiente muito mais complicado marcado pelas pressões inflacionárias e o recuo persistente da Bolsa de Valores afirma Newton Rosa economista-chefe da Sul América Investimentos.
No caso do dólar a moeda não tem sido uma opção interessante na qual aplicar as economias como ocorria em um passado recente. O dólar teve perdas de 190% no mês recém-encerrado o que levou sua depreciação diante do real para 1013% em 2008. No ano passado a divisa americana já havia se depreciado em 1685%.
O dólar encerrou o semestre vendido a R$ 1597 em seu mais baixo nível desde janeiro de 99 quando o governo diante de uma grave crise cambial liberou a cotação da moeda.
No mês de junho os retornos da renda fixa e do CDB ficaram no topo também. Para a Bovespa o mês foi especialmente ruim sendo o de pior desempenho desde abril de 2004.
Os fundos de renda fixa -que carregam títulos públicos e privados que pagam taxas de juros especialmente prefixadas- deram retorno médio estimado em 106% em junho. Os CDBs pagaram 091%. A poupança teve retorno de 062%.
Com o atual ciclo de alta da taxa básica Selic -parâmetro para os juros praticados no mercado- essas aplicações tendem a se manterem como destaque de rentabilidade. A Selic está em 1225% e o mercado projeta que alcance ao menos 1425% no fim de 2008.
No mês os fundos de renda fixa tiveram rendimento um pouco acima dos fundos DI. Com as incertezas do mercado sobre a magnitude da alta de juros a ser efetuada pelo BC continuarão apresentando alta volatilidade sendo uma opção de diversificação para investidores moderados e agressivos afirma o administrador de investimentos Fábio Colombo.
Os fundos DI que carregam muitos papéis pós-fixados em suas carteiras podem ganhar atratividade com o correr do ano. No mês devem fechar com retorno médio de 098%. Os títulos pós-fixados acompanham a oscilação das taxas para definir o retorno que os investidores receberão.
Neste ano os DI aparecem como destaque na captação de recursos. Segundo dados da Anbid a categoria está com captação positiva de R$ 656 bilhões em 2008. A renda fixa está com saques líquidos de R$ 679 bilhões no ano.
Fonte: Folha de S.Paulo