é que o rendimento se desacelerou no primeiro semestre deste ano: cresceu 23% num ritmo bem menor do que em igual período de 2006 (42%) e de 2007 (44%). As informações são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“Há uma clara tendência de perda de ritmo de crescimento. A inflação é um dos fatores talvez o mais importante mas não é o único“ afirmou Cimar Azeredo Pereira gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE. Ele cita ainda o próprio crescimento do emprego como causa da freada do rendimento. é que as vagas novas oferecidas são com salários menores já que há uma oferta maior de trabalhadores.

Outro fator diz Pereira é o perfil dos empregos criados com o aumento da terceirização de funções que exigem apenas o nível médio. “Em muitas empresas toda a área administrativa já é terceirizada.“

Azeredo afirmou também que algumas categorias têm obtido dissídios menores neste ano o que também explica a menor expansão do rendimento no semestre. Entre os empregados com carteira o rendimento já chegou a registrar uma pequena queda no primeiro semestre: 01%. Nesse caso a maior oferta de empregos com menor remuneração e os dissídios mais baixos -que regulam os reajustes do setor formal- explicam o desempenho negativo além da inflação.

Em junho o rendimento caiu pelo segundo mês seguido. A retração foi de 03% em relação a maio quando já havia recuado 1%. Na comparação com junho de 2007 a renda subiu 17% -abaixo da média do semestre.

Média
A renda média do trabalhador foi estimada em R$ 1.21650 em junho. A cifra ainda não voltou ao patamar de 2002 período anterior à recessão detonada pelo temor em relação às eleições presidenciais. Ficou 36% menor do que em junho daquele ano.

Para Lygia Cesar economista da MMC o rendimento foi o destaque negativo do mercado de trabalho no primeiro semestre já que o emprego cresceu com força. “Um dos motivos sem dúvida é o aumento da inflação mas há ainda o crescimento da oferta de trabalho. O rendimento vai continuar sob pressão até que a inflação volte a níveis mais baixos“ disse.

Segundo Fábio Romão economista da LCA o menor reajuste do salário mínimo neste ano também fez crescer menos o rendimento especialmente das faixas de renda menor.

Formalização
Se a renda foi a má notícia o mercado de trabalho mostrou novamente um dado positivo: o aumento da formalização. No primeiro semestre 58% dos ocupados estavam no setor formal (empregados com carteira e servidores públicos). Nos seis primeiros meses de 2007 o percentual era de 56%. Em 2003 ficara em 54%.

“Ainda há um contingente muito grande na informalidade mas é uma evolução bastante significativa“ disse Azeredo Pereira do IBGE. O aumento da formalização ocorre num cenário em que o nível de ocupados em relação ao total de pessoas em idade ativa atinge o recorde. No primeiro semestre de 2008 52% de todas as pessoas com mais de dez anos estavam empregadas. Em igual período de 2007 o percentual era de 51%.

Fonte: Folha de S.Paulo

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