Nas palavras de subordinados Lula quer ouvir de quem está com a mão na massa um relato sobre a situação e as expectativas do setor produtivo. Aproveitará para reforçar o compromisso do governo com medidas para debelar os efeitos da crise e fazer um apelo sobre o emprego.
O presidente tem criticado publicamente o que chama de crise do pânico temor antecipado que segundo ele tem feito com que as pessoas evitem o consumo.
O Planalto não divulgou até o início da noite de ontem a lista dos executivos que comparecerão à reunião mas assessores disseram que os convites foram endereçados a representantes dos setores automotivo da construção civil da siderurgia e bancário entre outros.
Ontem os bancos voltaram a ser criticados desta vez num almoço promovido por uma ONG em Brasília. Lula de acordo com o relato de um empresário presente ao encontro reclamou com o presidente do Banco do Brasil Antônio Francisco de Lima Neto do custo dos empréstimos.
Como é que pode lá na ponta cobrar juros de 120% de 70%? disse Lula a Lima Neto segundo este relato. O diretor-presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras Gabriel Jorge Ferreira também estava na conversa. O presidente disse a ele segundo relato de um participante não entender o procedimento dos bancos -a gente libera o compulsório e lá na ponta [o juro] continua tão alto. é incompreensível teria dito Lula.
Questionado num evento no Planalto se o governo irá reduzir impostos -uma das alternativas levadas pela Fazenda a Lula como alternativa para aquecer a economia num momento de crise- o vice-presidente José Alencar mostrou-se receoso. Isso tem de ser examinado levando em conta o fato de que não podemos brincar com o Orçamento. Nós precisamos cuidar do equilíbrio orçamentário e sempre que houver condição reduzir a carga tributária sempre levando em conta que o Orçamento precisa ser equilibrado.
Para Alencar o governo pode contribuir com a manutenção dos empregos ao garantir os investimentos públicos. Para que haja investimento estamos lutando há mil anos para que os juros caiam complementou.
O vice-presidente foi evasivo ao comentar sobre a saúde financeira da empresa de sua família -a Coteminas. A gente exporta mais para os Estados Unidos e lá caiu muito. Mas o mercado interno brasileiro tem crescido temos feito trabalhos de ajustes nacionais.
Fonte: Folha de S. Paulo