O Banco do Brasil (BB) nega que há burocracia do banco na concessão da linha de crédito de capital de giro com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) destinada a empresários de revendas de carros usados e seminovos mas reconhece que até ontem o banco público havia emprestado ao setor R$ 47 milhões beneficiando a 616 revendas disse à Gazeta Mercantil o diretor de micro e pequenas empresas da instituição financeira José Carlos Soares. A instituição estima emprestar até o fim de abril R$ 120 milhões da primeira tranche disponível de R$ 200 milhões anunciados em fevereiro. A medida que prevê a liberação de até R$ 25 bilhões vale até 31 dezembro deste ano.
Não concordo com as informações de que há burocracia por parte do BB na concessão dos empréstimos defendeu Soares em referência à declaração do presidente da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto) Ilídio Gonçalves dos Santos que disse que os revendedores de carros usados e seminovos enfrentam dificuldade em acessar os recursos da linha de crédito de capital de giro do BB com recursos do FAT. O setor que se comprometeu a preservar 600 mil vagas de trabalho com a liberação de crédito de R$ 25 bilhões no decorrer do ano se mostrou frustrado com o ritmo da liberação dos recursos. Achávamos que seria mais fácil obter os recursos disse o presidente da Fenauto na véspera.
O diretor do Banco do Brasil assegura que as exigências que existem em tais operações de crédito são as tradicionais praticadas no mercado impostas pelo Banco Central. Soares reconhece também as exigências do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) que procuram garantir os empregos no setor e proteger os recursos públicos de inadimplência.
A nossa rede bancária está preparada para atender aos empresários sem burocracia mas também não podemos abrir mão das exigências do Banco Central nas operações respondeu. Soares disse que a linha de crédito com recursos do FAT tem o objetivo de baratear as taxas de juros para os empresários que foram prejudicados pelos impactos da crise. Mas enfatiza que em todas as operações de crédito é necessário analisar a ficha do cliente antes de fazer o empréstimo.
O executivo reconhece ainda que o BB estabelece limites de crédito no caso do novo correntista. Nesse caso os limites liberados dependem do porte da empresa. Essa seria uma das principais queixas do setor já que o Codefat estabeleceu um teto de R$ 200 mil por revendedor.
Correntista sem dificuldade
Soares não quis falar sobre os processos de análises dos empréstimos mas disse que os empresários que já possuem conta no Banco do Brasil não parecem enfrentar dificuldade na obtenção dos recursos. Ele calcula que dos 42 mil revendedores com potencial de acessar os recursos apenas 8 mil são correntistas do BB.
Dentre as regras do FAT os conselheiros exigem que os correntistas estejam adimplentes no pagamento de impostos cujas certidões podem ser adquiridas pela internet. E exige que os empresários não estejam inscritos no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadim) o que mostra que os recursos são destinados a empresários que mantêm um quadro de funcionários com carteira assinada.