Dados do Banco Central do primeiro semestre mostram que enquanto alguns bancos tiveram cortes superiores a um ponto percentual em sua cobrança média para pessoa jurídica na comparação entre os períodos de 19 de janeiro a 23 de janeiro e 24 de junho e 30 de junho outros chegaram a aumentá-la.


Entre as grandes instituições Itaú Unibanco e Santander se encaixam neste segundo caso. O primeiro passou de uma cobrança média de 583% ao mês na linha de conta garantida no início de janeiro para 598% no período final de junho alta de 015 ponto percentual. Já o grupo espanhol na linha de capital de giro de uma taxa média de 198% ao mês no início do ano chegou a 229% ao mês no fim do semestre um incremento de 031 ponto.


No início do ano o Banco Central ainda fazia a medição do Itaú separada da do Unibanco – que mantinha uma cobrança média de 285% ao mês na conta garantida – e do Santander à parte do banco Real que cobrava um juro mensal de 3% no capital de giro. As instituições não haviam justificado os aumentos até o fechamento desta edição.

Apesar da pressão do governo o Banco do Brasil teve o maior corte entre as grandes instituições em apenas uma das três linhas pesquisadas. Em capital de giro a instituição diminuiu o juro médio em 112 ponto entre os períodos pesquisados a 162% ao mês.

O braço de investimentos do Itaú Itaú BBA foi a segunda maior redução 061 ponto a 147% ao mês. Em desconto de duplicata o BB também conseguiu se destacar com um corte de 07 ponto a 199% ao mês atrás apenas do Citibank de 078 ponto a 14% a.m.

No período entre janeiro e junho a Selic caiu de 1375% para 925% ao ano queda de 4 pontos. Para os analistas a variação no repasse à cobrança é normal. “Cada instituição tem uma estrutura de custo diferente“ diz o professor de Finanças do Insper Alexandre Chaia. Segundo ele a taxa básica não é o fator principal no spread dos bancos.

“A Selic é a base das outras cobranças mas cada banco tem o seu custo de operação inadimplência impostos e margem de lucro para embutir nos juros“ diz o professor de Economia da Trevisan Escola de Negócios Antônio Colangelo Luz.

Nas linhas pesquisadas alguns dos bancos médios conseguiram reduções superiores aos grandes. Em capital de giro o ParanáBanco cortou sua taxa em 117 ponto a 13% seguido pelo Banco do Brasil que baixou 112 ponto a 162% ao mês. Em conta garantida o Daycoval se destacou com redução de 092 ponto a 297% mensais à frente do Santander que diminuiu sua taxa em 069 ponto a 564%. Em desconto de duplicata o banco Fibra teve corte acima das maiores instituições do País de 121 ponto a 15% ao mês seguido por Citibank com 078 ponto percentual a menos em seus juros em relação ao início do ano a 14% ao mês.

Para Chaia isso mostra uma estrutura de captação mais barata dos bancos de menor porte. “Eles elevaram sua cobrança no início do ano por problemas de caixa e acabavam pagando caro para captar recursos. A situação melhorou com a criação do Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE).“ O recurso atrai investidores por ter garantia do Fundo Garantidor de Crédito e já acumula estoque superior a R$ 9 bilhões segundo dados do balcão Organizado de Ativos e Derivativos (Cetip).


Para Chaia mesmo com uma Selic praticamente estável nos próximos meses a tendência é de redução do spread nos próximos 10 meses. “A curva da queda vai depender da concorrência entre as instituições.“ Para ele a redução no retorno por operação será compensado por um maior volume. ‘Tudo irá depender da percepção do risco das instituições e da demanda por crédito.“


Fonte: DCI / CONTEC

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