A presidente Dilma Rousseff tem maioria na Casa para aprovar o valor mas senadores da base governistas já anunciaram que vão defender os R$ 560 propostos pelas centrais sindicais –como o senador Paulo Paim (PT-RS).

Apesar das possíveis dissidências os governistas esperam aprovar os R$ 545 sem sobressaltos no Senado.

O PSDB vai defender o mínimo de R$ 600 como sugerido pelo ex-governador José Serra durante a campanha eleitoral do ano passado.

Dentro da bancada porém há senadores que já admitem migrar para os R$ 560 como tentativa de emplacar um valor maior como Aécio Neves (PSDB-MG).

Aliado do governo o PMDB se articula para apresentar emendas ao projeto que cria uma política de valorização do salário mínimo no país.

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) sugere a desoneração de produtos da cesta básica para aumentar o poder de compra do mínimo. Além disso o partido quer discutir a regra de aumento do valor quando não houver crescimento da economia nos dois anos anteriores.

O líder do governo senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse que vai sugerir audiência conjunta de comissões da Casa para ouvir o ministro Guido Mantega (Fazenda) antes da votação no plenário.

O ministro que esteve na Câmara esta semana para defender os R$ 545 está disposto a falar sobre os senadores em favor do valor proposto pelo governo federal.

CâMARA

Dilma obteve ontem sua primeira vitória no legislativo mantendo o valor de R$ 545 para o salário mínimo.

Na última votação que derrubou os R$ 560 foram 361 votos contra 120 favoráveis e onze abstenções. O valor foi apoiado pelas centrais sindicais e pela oposição.

Na votação anterior da emenda do PSDB de R$ 600 foram 106 votos favoráveis 376 contrários e sete abstenções.

O texto aprovado estabelece ainda a política de valorização do salário até 2015 com base na regra de aplicação da inflação mais o índice de crescimento da economia de dois anos antes.

De acordo com o governo um total de 477 milhões de pessoas recebem o salário mínimo entre trabalhadores formais e informais (291 milhões) e beneficiários da Previdência (186 milhões).

Por essa regra o Ministério da Fazenda prevê mínimo de R$ 616 em 2012. Desde o dia 1º de janeiro o salário mínimo é de R$ 540 –no ano passado era R$ 510– valor estipulado por medida provisória.

Caso a aprovação no Senado ocorra ainda em fevereiro os R$ 5 a mais passam a vigorar em março sem retroagir para janeiro.

O texto diz ainda que nos próximos anos os valores serão determinados por decreto sem passar pela análise do Congresso. Esse ponto porém ainda será votado nominalmente.

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