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Mas ao olharmos para os impostos que pagamos a euforia acaba sendo comprometida. A carga tributária brasileira cresceu significativamente em 2010 atingindo 3504% do PIB o que representa um aumento nominal de arrecadação de R$ 19505 bilhões em relação a 2009 (1780%). Os dados estão no estudo divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário IBPT.
E se analisarmos os reflexos deste avanço no PIB o arrocho tributário e a variação de renda dos trabalhadores vamos ter outra surpresa desagradável.
Levantamentos realizados pela Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Pnad do IBGE revela que os 10% da população ocupada com rendimentos mais baixos detiveram em 2008 12% do total de remunerações de trabalho praticamente o mesmo patamar observado em 2007 (11%). Os 10% com rendimentos mais elevados responderam em 2008 por 427% pouco menos do que os 433% observados em 2007.
O que mostra que a concentração de renda continua na mesma. Ou seja todo o avanço positivo do PIB dentro de um contexto de grande arrecadação tributária teve poucos reflexos nas contas dos trabalhadores que ganham menos no Brasil.
E olha que a transferência de renda para os cofres públicos foi significativa. Segundo o IBPT nos últimos dez anos os governos (federal estaduais e municipais) retiraram da sociedade brasileira R$ 185 trilhão da riqueza gerada no País. Um dinheirão recolhido aos cofres públicos mas pessimamente aplicado na Educação na Saúde e na Segurança Pública.
O que nos faz repensar se o atual aumento do pibão de 75% é para realmente ser comemorado. E por quem? Com certeza pelos banqueiros e governantes que estão com seus caixas mais reforçados.
Mas o que esperar dos 10% dos trabalhadores que continuam a levar salários irrisórios para casa? E serem obrigados a conviver em ambientes sem investimento em infra-estrutura sem acesso à Saúde e à boa Educação para suas famílias.
Da Redação da Contec
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