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Exemplo disso segundo o Ministério Público é que os contratados pela Facilita estavam enquadrados como comerciários – enquanto para os procuradores deveriam estar na categoria dos financiários – equivalente à dos bancários. A diferença é que o piso salarial dos financiários é maior. E enquanto estes trabalham 30 horas por semana a jornada dos comerciários é de 44 horas semanais diz o MPT. Como a situação se repete em diversos Estados o caso foi enviado a Brasília possibilitando que os efeitos do processo se apliquem às filiais do país inteiro.
Já a FAI argumentou que as atividades desempenhadas pelos contratados da Facilita não fazem parte da atividade-fim da financeira. A empresa também mencionou que o Banco Central autoriza a terceirização dos chamados correspondentes bancários que atuam em tarefas como recebimento e encaminhamento de propostas de abertura de contas. O TRT porém rejeitou o argumento afirmando que a questão de ordem trabalhista não encontra apoio nessas regras de natureza financeira.
De acordo com o TRT a venda dos produtos financeiros integra a atividade-fim da FAI – portanto os trabalhadores que atuam nesse serviço não podem ser terceirizados. A decisão também determinou o enquadramento dos empregados na categoria dos financiários e não dos comerciários. Em primeira instância a 20ª Vara do Trabalho de Brasília havia condenado a FAI a pagar uma indenização de R$ 1 milhão. O TRT aumentou o valor para R$ 5 milhões. Procurados pelo Valor tanto a Americanas quanto o Itaú se negaram a comentar o caso. Ainda cabe recurso da decisão.
A Justiça do Trabalho tem uma posição bastante restritiva quanto à terceirização diz o advogado André Ribeiro sócio da área trabalhista do Felsberg e Associados. Ele afirma que mesmo quando há leis específicas autorizando a terceirização em alguns setores a tendência do Tribunal Superior do Trabalho é impedi-la. Para isso basta que haja subordinação entre o prestador de serviço e a empresa contratante e que o funcionário esteja envolvido na atividade-fim da empresa que terceirizou.
Fonte: Valor Econômico
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