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Se homens e mulheres tivessem oportunidades iguais para obter um emprego a produtividade no mercado de trabalho em nível mundial poderia ter um crescimento entre 3% e 25%.
Na América Latina o aumento da produtividade poderia chegar a 16%. A estimativa é de relatório do Banco Mundial sobre igualdade de gênero e desenvolvimento.
A mensagem principal é a de que a igualdade de gênero não só é importante por si mesma mas também faz parte de uma política econômica inteligente diz Ana Revenga uma das autoras.
O relatório do Banco Mundial tem como referência pesquisas realizadas por diversos pesquisadores autônomos e organismos internacionais nas últimas décadas.
De acordo com o relatório as mulheres continuam sendo as maiores responsáveis pelas atividades domésticas e ainda enfrentam discriminação em determinados nichos de trabalho vistos como ‘Tipicamente masculinos.
Assim elas se tornam maioria no mercado informal e são empregadas com maior frequência em atividades de menor remuneração. As mulheres são condicionadas a aceitar esses lugares que garantem menos direitos trabalhistas porque não conseguem entrar em outros mercados de trabalho principalmente porque precisam compatibilizar as tarefas do lar com as tarefas produtivas avalia Télia Negrão coordenadora da Rede Nacional Feminista de Saúde.
Para ela a principal forma de interromper o ciclo se dá por políticas públicas.
O investimento do governo na construção de creches e escolas e na realização de programas de planejamento familiar são algumas alternativas.
NO CAMPO — O relatório do Banco Mundial afirma ainda que a desigualdade de gênero também se reproduz no meio rural.
Dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) apontam que a produção agrícola em países em desenvolvimento aumentaria até 4% se homens e mulheres tivessem o mesmo acesso a crédito e insumos.
Em 2002 segundo o relatório as mulheres possuíam menos de 11% das propriedades de terra no Brasil.
Apesar dos obstáculos o relatório aponta avanços expressivos: nos últimos 30 anos mais de 500 milhões de mulheres foram incorporadas ao mercado de trabalho.
Um dos fenômenos mais notáveis é o aumento massivo da matrícula universitária através do mundo. Para os homens ela foi multiplicada por quatro nas últimas duas décadas. Para as mulheres foi multiplicado por sete afirma Ana Revenga.
Fonte: Folha de S.Paulo
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