‘O desrespeito às normas previstas na lei federal nº 7.102/83 volta a ser tema de debate em reunião 96º reunião da Ccasp (Comissão Consultiva para Assuntos da Segurança Privada). O encontro em Brasília nesta quinta-feira 25 ocorre um dia depois da divulgação de levantamento que aponta o aumento de 5689% nos ataques a bancos em 2012. Estarão em julgamento processos movidos contra bancos empresas de vigilância e transporte de valores e centros de formação de vigilantes.

A lei 7.102/83 dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros estabelece normas para a criação e funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores.

Essa será a primeira reunião em 2013. A Ccasp é um fórum que conta com representantes do governo bancários vigilantes e entidades patronais como a federação dos bancos (Febraban).

Pesquisa

A 4º Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos aponta que em 2012 foram 2.530 ocorrências em todo país média quase sete por dia. Foram 773 assaltos inclusive com sequestro de bancários e vigilantes consumados ou não e 1.757 arrombamentos de agências postos de atendimento e caixas eletrônicos. Em 2011 foram 1.612 ataques sendo 653 assaltos e 959 arrombamentos. Os casos resultaram em 57 pessoas assassinadas – quase 5 por mês. Em 2011 foram 49 mortes e em 2010 23.

São Paulo com 15 casos foi o estado que mais registrou vítimas fatais. Depois vieram Bahia (8) Rio de Janeiro (7) Ceará (4) Paraná (4) Alagoas (3) e Rio Grande do Sul (3). A maioria das vítimas foram clientes (33) seguido de vigilantes (9) policiais (6) e bancários (2). A principal ocorrência com morte foi a "saidinha de banco" que provocou 30 mais da metade do total.

O levantamento foi elaborado pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro com apoio técnico do Dieese a partir de notícias da imprensa estatísticas de Secretarias de Segurança Pública (SSP) e dados de sindicatos e federações de vigilantes e bancários.

Pouco investimentos

Segundo o Dieese os seis maiores bancos divulgaram em seus respectivos balanços de 2012 investimentos de R$ 31 bilhões em segurança e vigilância ou 61% dos R$ 513 bilhões de lucros.

Bancos multados

No ano passado a Polícia Federal multou 13 bancos em R$ 3557 milhões por descumprimento da lei. Dentre as principais irregularidades número insuficiente de vigilantes planos de segurança não renovados alarmes inoperantes inauguração de agências sem aprovação de plano de segurança uso de bancários para transportar numerário falta de coletes balísticos para vigilantes e cerceamento da fiscalização de policiais federais.

O campeão disparado de multas em 2012 foi o Bradesco com R$ 1240 milhão. O valor é quase o dobro do vice-campeão o Banco do Brasil com R$ 7302 mil. Em seguida vêm o Itaú com R$ 5934 mil o Santander com R$ 4466 mil a Caixa Econômica Federal com R$ 1759 mil e o HSBC com R$ 1707 mil.

Projeto Piloto

Na Campanha Nacional 2012 o Sindicato dos Bancários de São Paulo conquistou a promessa da implantação de um projeto piloto em agências da região metropolitana de Recife que prevê a instalação de dispositivos de segurança reivindicados pela categoria .Veja as propostas dos vigilantes e bancários contra a violência envolvendo bancos.

– Porta giratória com detector de metais antes da sala de autoatendimento com recuo em relação à calçada onde deve ser colocado um guarda-volumes com espaços chaveados e individualizados;
– Vidros blindados nas fachadas;
– Câmeras de vídeo em todos os espaços de circulação de clientes bem como nas calçadas e áreas de estacionamento com monitoramento em tempo real e com imagens de boa qualidade para auxiliar a polícia na identificação de suspeitos;
– Biombos ou tapumes entre a fila de espera e a bateria de caixas com o reposicionamento do vigilante para observar também esse espaço junto com a colocação de uma câmera de vídeo o que elimina o risco do chamado ponto cego;
– Divisórias individualizadas entre os caixas inclusive os eletrônicos;
– Ampliação do número de vigilantes visando garantir o cumprimento integral da lei 7.102/83 durante todo horário de funcionamento das agências e postos de atendimento;
– Fim da guarda das chaves de cofres e das unidades por bancários e vigilantes ficando as chaves na sede das empresas de segurança;
– Proibição do transporte de valores por bancários; operações de embarque e desembarque de carros fortes somente em locais exclusivos e seguros; e fim do manuseio e contagem de numerário por vigilantes no abastecimento de caixas eletrônicos;
– Atendimento médico e psicológico para trabalhadores e clientes vítimas de assaltos sequestros e extorsões;
– Escudos e assentos no interior das agências e postos de atendimento para os vigilantes;
– Instalação de caixas eletrônicos somente em locais seguros;
– Maior controle e fiscalização do Exército no transporte armazenagem e comércio de explosivos. (Fonte: SEEB SP)

Paraná é o terceiro estado com mais assaltos e arrombamentos a bancos
São Paulo com 492 ataques e Minas Gerais com 301 lideram o ranking. Sindicato dos Vigilantes de Curitiba diz que números de 2013 já preocupam (Bibiana Dionísio)

Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (24) mostrou que o Paraná no ano de 2012 foi o terceiro estado com o maior número de ocorrências envolvendo instituições bancárias. Entre assaltos e arrombamentos foram 214 casos. Este volume fez com que o estado ganhasse uma colocação neste ranking negativo em relação a 2011. De acordo com a pesquisa o estado líder foi São Paulo com 492 ataques e em segundo lugar aparece Minas Gerais com 301 ocorrências.

Em todo o país foram registrados 2.530 ataques sendo que 1.763 foram arrombamentos e 767 assaltos. De um ano para outro o levantamento indica que houve um aumento de 5695% nestes tipos de crimes.

No caso do Paraná foram 34 assaltos e 180 arrombamentos. O presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região Metropolitana João Soares que é o coordenador da pesquisa lamentou os números estaduais. Ao G1 ele confessou que havia uma expectativa de que o estado tivesse conseguido diminuir as ocorrências.

Para Soares a facilidade com que os criminosos conseguem adquirir explosivos é um motivador. Ele cita ainda a falta de fiscalização. “Não existe nenhuma avaliação de risco dos locais de instalação dos caixas eletrônicos. Não existe uma lei para que alguém faça uma avaliação se a região traz risco ou facilidade para arrombamento” argumentou.

Soares chamou atenção também para os números dos três primeiros meses deste ano. Segundo ele de janeiro a março foram 60 ataques. Destes 44 explosões 15 arrombamentos 11 assaltos e duas saidinhas de banco – quando o cliente é assaltado ao deixar a agência.

O presidente do sindicato lembra que o número pode ser ainda maior. “Com certeza este número é ainda maior. Uma grande parcela dos casos não é registrada não tem boletim não é noticiado porque as instituições financeiras não têm interesse é ruim para eles” complementou. (Fonte G1)’

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