‘Aumento dos custos operacionais e de procedimentos médicos acima do custo de vida corrói o patrimônio de entidades de autogestão. Para especialistas os participantes serão chamados a pagar a conta mediante o
reajuste das mensalidades
Os participantes de planos de saúde de autogestão — administrados diretamente por empresas fundações e caixas de assistência — podem preparar o bolso. O aumento contínuo dos custos acima da inflação e a paulatina redução do patrimônio das instituições reforçam a tendência de elevação das mensalidades para que o atendimento aos associados possa ser mantido. Foi o que aconteceu por exemplo com a Geap principal operadora dos servidores públicos federais que reajustou as contribuições em 3755% no ano passado depois de uma alta de 1462% em 2014.
Planos de autogestão podem ser subsidiados pelas empresas patrocinadoras — Banco do Brasil Caixa Econômica Federal e Petrobras por exemplo — ou por rateio entre os participantes. Todos eles têm como uma das maiores preocupações no momento a elevação dos custos de procedimentos médicos por conta do uso de tecnologias mais complexas e da alta do dólar e da energia elétrica.
A situação vem se agravando desde 2007. Mas em 2015 pela primeira vez nos últimos cinco anos os resultados financeiros do setor despencaram. As receitas de contribuições caíram para R$ 1225 bilhões ante R$ 1481 bilhões em 2104. Enquanto isso as despesas assistenciais baixaram de R$ 1374 bilhões para R$ 1175 bilhões segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) órgão que regula o setor. A se manter a atual conjuntura de aumento no desemprego juros elevados e alta do custo de vida os 54 milhões beneficiários dessa modalidade no país serão chamados a pagar parte da conta.
A tendência é de paulatina redução do patrimônio das entidades com o consequente aumento nos valores das mensalidades e de redução na oferta de procedimentos médicos na avaliação de Luiz Carlos Cotta diretor da Comissão Técnica Nacional de Planos de Autogestão em Saúde da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp).
Fonte: Correio Braziliense’