Segundo o balanço da instituição disponibilizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com data de 30 de junho os próprios gestores já afastados da administração admitiam uma perda de 964% desse montante distribuído entre 17.420 processos.

O Grupo Silvio Santos conta em conseguir vender bem o PanAmericano para pagar parcela significativa da dívida de R$ 25 bilhões contraída com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para evitar a quebra da instituição. O grupo perdeu em 2005 um comprador de peso o Citibank. O próprio Silvio Santos disse que não vendeu o banco porque achava que o valor oferecido pela instituição norte-americana de R$ 13 bilhão era baixo e sobretudo porque o Citi avisou que demitiria pelo menos a metade dos 5 mil funcionários do PanAmericano. Há rumores que o Citi estaria interessado em ficar com o que sobrou do banco mas as ações seriam arrematadas a um preço muito baixo.

A favor de Silvio Santos neste momento há o fato de que até o Banco Central acredita que o dono do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) nunca pisou no banco. Portanto estaria alheio às falcatruas comandadas por Rafael Palladino ex-superintendente do PanAmericano e parente de íris Abravanel mulher de Silvio; Wilson Roberto de Aro ex-diretor Financeiro; e Adalberto Saviolli ex-diretor de Crédito do banco.

Técnicos do BC também ressaltam que Silvio Santos tem tempo para fazer o negócio pois conseguiu três anos para começar a pagar a dívida com o FGC além de outros sete para a sua quitação. Durante esse tempo a poeira poderá baixar e os novos executivos conseguirem uma boa negociação. A credibilidade poderá vir da Caixa Econômica Federal que arrematou 49% das ações com direito a voto do PanAmericano.

Minoritários
Com cerca de 10% das ações do PanAmericano os acionistas minoritários não devem se apavorar com a queda acentuada dos preços das ações da instituição na bolsa de valores. Se correrem para vender agora sob o impacto das fraudes no banco perderão muito dinheiro. Segundo os analistas de mercado somente nos últimos sete dias os papéis perderam 3729% de seu valor cotados a R$ 476. Portanto o melhor é esperar pois quem fizer oferta pelo controle do banco terá de pagar o mesmo valor por ação para os minoritários. “ Vender antes significa realizar o prejuízo já que agora o acionista possui a mesma quantidade de ações com a diferença de que o preço delas está em queda” explicou um especialista.

De qualquer forma o novo controlador não se livrará do passivo trabalhista. Isso foi por exemplo o que aconteceu no Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema Financeiro Nacional (Proer). A parte boa dos bancos amparada pelo programa foi repassada para o comprador enquanto a parte podre foi liquidada pelo BC. Nesse caso encontram-se o Bamerindus comprado pelo HSBC e o Nacional arrematado pelo Unibanco. Em todos os contratos foi ressaltado que se o passivo trabalhista superasse o estimado o débito deveria ser honrado pela massa falida.

Fonte: Correio Braziliense

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