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Segundo o BC enquanto o banco de Silvio Santos informava um total de R$ 160 bilhão em carteiras de crédito cedidas os bancos compradores dessas carteiras informavam que esse total era de R$ 559 bilhões.
Os problemas não se restringiram às informações desencontradas sobre o valor das carteiras cedidas e compradas. O PanAmericano também apresentava informações conflitantes em seus balanços em relação a essas carteiras. Enquanto em um determinado mês algumas delas eram apresentadas como cedidas em outras voltavam a fazer parte da carteira de créditos do banco – sem no entanto haver registro de qualquer recompra dos créditos. Segundo o relatório do BC os ativos inexistentes no balanço do banco por causa dessas operações somavam R$ 14 bilhão.
Outra fonte dos problemas contábeis do PanAmericano foi a forma de contabilização de contratos de empréstimo. Em alguns casos em que os tomadores de créditos estavam inadimplentes esses valores devidos deveriam ter sido baixados da carteira de crédito e colocados na conta bens não de uso próprio que incorpora as garantias dadas nos empréstimos e assumidas pelo banco. Da mesma forma há situações em que os contratos foram quitados antes de seu vencimento pelos clientes mas que as parcelas futuras continuavam a fazer parte das carteiras de crédito que eram cedidas. E em uma terceira situação saldos devedores refinanciados foram mantidos como cedidos. Somente esses três tipos de problemas nos contratos envolvem a quantia de R$ 6737 milhões.
No caso da administradora de cartões de crédito do PanAmericano a fiscalização do Banco Central apurou que rombo chega a um total de R$ 3124 milhões decorrente de perdas em carteiras que não foram contabilizadas (ver quadro nesta página).
O relatório produzido pelo Banco Central foi encaminhado à Polícia Federal que abriu um inquérito para investigar supostos crimes financeiros cometidos.
Fonte: Valor Econômico
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