O vice-presidente do Codefat Ezequiel Nascimento também secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho disse ontem que o déficit surgirá se nada for feito porque as despesas estão crescendo mais rápido que as receitas.
A perspectiva é de que em 2011 o FAT tenha um déficit operacional disse ele após a reunião do Codefat que aprovou o orçamento para 2009 de R$ 383 bilhões 16% mais que o deste ano.
A expectativa do conselho é que no ano que vem as receitas vindas das contribuições de empresas ao PIS/Pasep e dos rendimentos das aplicações financeiras aumentem 48% enquanto as despesas deverão crescer 128%.
Os gastos com o abono salarial (um salário mínimo por ano a todo trabalhador que ganha até dois mínimos e trabalhou com carteira assinada no ano anterior) devem crescer 185% para R$ 74 bilhões. O seguro-desemprego custará 12% mais chegando a R$ 164 bilhões.
O avanço maior das despesas tem se repetido nos últimos anos. Segundo o secretário as desonerações tributárias e a queda das taxas de juros afetam negativamente as receitas. Já o mercado de trabalho formal aquecido com grande rotatividade de mão-de-obra e os reajustes reais do salário mínimo elevam as despesas.
O que acontece hoje com o FAT é estrutural e com a perspectiva de um déficit só há duas saídas: aumentar as receitas ou reduzir as despesas ou uma combinação dos dois afirmou o secretário. O Codefat já contratou consultorias para fazer diagnósticos e propor soluções.
Fonte: Estado de S.Paulo