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Dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias o Copom decidiu por unanimidade elevar a taxa Selic para 1175% ao ano sem viés afirmou o Copom no comunicado divulgado logo após a reunião de dois dias.
O colegiado do BC deu sequência ao ciclo de aperto monetário iniciado em janeiro quando decidira pelo primeiro aumento de 05 ponto estratégia que vem sendo acompanhada de outras iniciativas do governo para tentar controlar a inflação.
Em dezembro a autoridade monetária adotou medidas para restringir a expansão da oferta de crédito. No início desta semana o governo deu detalhes de como pretende alcançar uma economia de cerca de R$ 50 bilhões no Orçamento de 2011.
Com o aumento de 05 pontos o Banco Central está dizendo que está fazendo o seu dever que é aumentar a Selic dentro de um quadro que conta com outros instrumentos como as medidas macroprudencias e o ajuste fiscal na tentativa de controlar inflação. O mercado vai continuar com um pé atrás. No fundo esta alta poderia implicar em novas medidas de controle de crédito que o governo poderia adotar mais para frente disse Newton Rosa economista-chefe da Sulamerica Investimentos.
A decisão vem um dia antes do anúncio do PIB brasileiro do quarto trimestre que deve mostrar que o país cresceu em 2010 no ritmo mais forte em décadas.
A Selic entrou no ano de 2010 a 875% ao ano patamar que foi mantido até a reunião de 28 de abril quando a taxa foi elevada a 95% ao ano. Nas duas reuniões que seguiram a de 9 de junho e a de 21 de julho houve aumento de 075 ponto percentual e de 05 ponto percentual respectivamente. Nas últimas três reuniões as de 1º de setembro a de 20 de outubro e a que fechou o ano de 2010 em 08 de dezembro a taxa foi mantida em 1075% ao ano. Na última reunião em 19 de janeiro ela foi elevada para 1125% ao ano.
Entenda como a Selic funciona
O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) é uma taxa que controla de forma indireta o valor os juros no País. Geralmente nos lembramos dela quando a economia está aquecida e a inflação ameaça ou ao contrário quando a economia mostra sinais de fraqueza e precisa de uma força para avançar.
Isso acontece da seguinte maneira: a Selic determina com qual taxa de juros o governo vai remunerar quem empresta a ele. Se ela está alta os bancos preferem emprestar dinheiro ao governo. Se ela está baixa compensa para os bancos emprestar para o mercado em geral empresas e pessoas físicas.
Assim em caso de Selic elevada haverá menos dinheiro na praça para ser emprestado para empresas e pessoas pois os bancos estão ganhando emprestando para o governo. Logo pela lei de oferta e procura o juro sobre o dinheiro que sobra para a população ficará mais alto. Se a Selic está baixa os emprestadores vão procurar formas mais rentáveis de aplicar seu dinheiro e a quantidade para ser emprestada na praça fica maior e o juro a ser cobrado consequentemente cai.
A Selic então fará diferença no juro que pagamos no cheque especial no crediário nos cartões de crédito. Essa relação porém não é imediata. Se a taxa Selic é aumentada em um dia os juros do mercado não sobem no outro. Há um tempo necessário para que a mudança faça efeito normalmente superior a um mês.
Barateando e encarecendo o crédito a Selic tem o poder de controlar o consumo. Assim ela é usada como instrumento para controlar a inflação. Quando o consumo está muito alto e há risco da inflação sair da meta estipulada pelo Banco Central a Selic vai sendo jogada para cima e desse jeito freando a economia o consumo e a alta nos preços.
Fonte: Site Terra
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