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No ano passado as contas do FGTS renderam 390% ante inflação de 422% pelo mesmo índice. Para os dois cálculos consideram-se os créditos feitos nas contas nos dias 10 de janeiro a 10 de dezembro de cada ano -nesse caso o comparativo é com a inflação de dezembro de um ano a novembro do seguinte.
Assim amanhã as contas do FGTS receberão crédito de apenas 02803% (referente aos juros de 0246627% mais a TR de 00336%) ante o IPCA de 083% de novembro.
Segundo cálculos da ONG Instituto FGTS Fácil somente amanhã os trabalhadores perderão R$ 24 bilhões. Esse dinheiro deixará de ser creditado nas contas pela diferença entre a inflação de 083% e a TR de 00336%.
Neste ano as perdas serão de R$ 1536 bilhões -diferença entre a inflação de 563% e a TR de 06009%. Nos oito anos do governo Lula as perdas somam R$ 711 bilhões.
O governo usa como argumento que está seguindo a lei e que as contas rendem mais de 3% pois considera nesse cálculo o juro anual. Mas os juros de 3% não deveriam ser levados em consideração no comparativo com a inflação porque se trata de uma remuneração como se o fundo fosse um investimento.
A forma atual de remuneração do FGTS é tão ruim para o trabalhador que a poupança -a mais popular das aplicações no país- rende 617% ao ano (o juro de 05% ao mês é cumulativo).
Segundo Mario Avelino presidente do Instituto FGTS Fácil uma forma de minimizar esse problema seria a aprovação do projeto de lei do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) que tramita no Senado desde 2008. Ele prevê a troca da TR pelo IPCA.
O relator senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) propõe a troca da TR pelo INPC e a volta dos juros progressivos de 3% a 6%. Entre março e junho deste ano o projeto foi pautado nove vezes -e em todas não foi votado por falta de quorum diz Avelino.
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