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Analistas projetam que o ano que começa será de recuperação porém modesta e frágil. Traduzindo em números o país deve crescer pouco mais de 3% em média nos dois primeiros anos do governo Dilma Rousseff.
O balanço é pior do que os celebrados 45% médios do segundo mandato do presidente Lula (2007-2010).
Embora a crise externa seja uma das causas da desaceleração analistas dizem que os motores domésticos do crescimento começam a dar sinais de fadiga.
O enfraquecimento do setor fabril por exemplo é um problema de difícil conserto.
A EIU estima que o crescimento da indústria do país caiu de 10% em 2010 para 08% no ano passado.
Em 2011 o setor industrial teve o segundo pior desempenho entre 24 nações emergentes. Segundo a EIU o Brasil só superou a Tailândia afetada por graves enchentes.
Fatores como a valorização do real (que barateira os produtos importados) tributação pesada e deficiência de infraestrutura têm feito a indústria perder terreno para concorrentes externos.
As dificuldades do setor são um problema estrutural preocupante afirma Robert Wood analista sênior da EIU.
CONSUMO
A expansão do crédito que incentivou o consumo nos últimos anos tem perdido fôlego. é uma tendência de difícil reversão no curto prazo porque o endividamento das famílias tem crescido diz Luiz Carlos Mendonça de Barros da Quest Investimentos.
Analistas ressaltam ainda que o Brasil tem fragilidades estruturais que limitam a capacidade de crescimento.
Aurélio Bicalho economista do Itaú Unibanco cita a baixa capacidade de investimento do governo que tem o orçamento muito amarrado com gastos previdenciários:
Esse é o grande diferencial dos países asiáticos. O investimento elevado aumenta a capacidade de produção e permite crescer a taxas maiores sem gerar inflação alta.
O quadro no Brasil é o oposto. O baixo nível de investimento ao longo dos anos criou empecilhos -como na infraestrutura- que impõe um teto baixo à capacidade de crescer sem gerar inflação.
A expansão de 75% de 2010 por exemplo pressionou muito os preços e forçou o governo a tomar medidas para frear o crescimento.
Segundo Wood a necessidade dessa freada ajuda a explicar porque o Brasil foi um dos países emergentes com menor expansão em 2011.
A piora da crise nos países desenvolvidos tende a agravar o cenário. Um dos canais de contágio já percebidos é a redução da confiança de empresários e consumidores que acabam cortando gastos.
Uma menor demanda pelos produtos exportados pelo Brasil e uma queda no fluxo de investimentos externos também devem limitar a retomada econômica em 2012.
Fonte: Folha de S.Paulo
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