‘Um aumento nas despesas para perdas com calotes levou o Bradesco a ter entre janeiro e março a primeira queda sequencial no lucro em mais de quatro anos evidenciando o crescente peso da recessão no país sobre o setor bancário. O Bradesco reportou lucro líquido contábil de R$ 4121 bilhões no primeiro trimestre deste ano cifra 29% menor que a vista no mesmo intervalo de 2015 de R$ 4244 bilhões. Em relação aos três meses anteriores quando ficou em R$ 4353 bilhões a retração foi ainda maior de 53%.
A carteira de crédito expandida do Bradesco que considera avais e fianças fechou março com R$ 463208 bilhões redução de 23% em relação ao saldo de dezembro de R$ 474027 bilhões. Em um ano quando somou R$ 463305 bilhões o saldo ficou estável.
A retração dos empréstimos no início deste ano foi influenciada conforme relatório que acompanha as demonstrações financeiras do banco pela pessoa jurídica cuja carteira encolheu 33% na comparação com os três meses anteriores para R$ 315449 bilhões. No ano a queda foi de 18%. A carteira de crédito à pessoa física somou R$ 147759 bilhões ao final de março estável ante dezembro mas 4% maior em um ano.
O Bradesco encerrou o primeiro trimestre com R$ 11 trilhão de ativos montante 65% superior ao visto em 12 meses. No comparativo com dezembro houve incremento de 20%. O patrimônio líquido do banco totalizou R$ 933 bilhões de janeiro a março elevação de 112% em 12 meses. Já na comparação com o quarto trimestre do ano passado foi vista alta de 50%.
Lucro ajustado. O Bradesco também informou lucro líquido ajustado de R$ 4113 bilhões no primeiro trimestre recuo de 38% em 12 meses quando ficou em R$ 4274 bilhões. No comparativo trimestral quando a cifra foi de R$ 4562 bilhões houve queda de 98%.
De acordo com o Bradesco a diferença entre o resultado líquido contábil e o ajustado no primeiro trimestre se deve ao ganho na alienação parcial de investimentos passivos contingentes e impairment de ações no valor de R$ 57 milhões.
Estimativa. O Bradesco manteve em relatório os guidances estabelecidos para 2016 a despeito do encolhimento dos empréstimos. A manutenção das expectativas já era esperada por analistas do mercado que julgavam ainda ser cedo para uma mudança nos números.
O Bradesco espera que sua carteira de crédito expandida que inclui avais e fianças cresça de 1% a 5% em 2016. Para a pessoa física o Bradesco projeta alta de no mínimo 4% e no máximo 8%. Já para a pessoa jurídica o banco trabalha com cenário de estabilidade e na melhor das hipóteses elevação de 4%. (Com informações da Reuters)
Fonte: O Estado de S.Paulo’