Na última semana, o governo elevou a distribuição a cotistas para 100%
Fábio Pupo
O conselho de administração da Caixa aprovou o balanço de 2018 do FGTS, que registrou lucro de R$ 12,2 bilhões. Medida provisória publicada na semana passada pelo governo estabelece que o valor seja integralmente distribuído aos cotistas do fundo.
Os números foram aprovados nesta segunda-feira (29). Terão direito a receber os recursos, conforme prevê a medida do governo, todas as contas que tinham saldo disponível em 31 de dezembro de 2018. A distribuição será proporcional ao saldo de cada conta e deve ocorrer até 31 de agosto.
O FGTS passou a distribuir seus resultados aos cotistas em 2017, durante o governo Temer. Na época, foi fixado um percentual de 50%. Na última semana, o governo elevou a distribuição para 100%.
Técnicos do governo já haviam antecipado na última semana em entrevista coletiva que o lucro do FGTS seria de aproximadamente R$ 12 bilhões em 2018.
O valor apurado no exercício é menor que o registrado em anos anteriores. Em 2017, o resultado líquido ficou em R$ 12,4 bilhões. Em 2016, em R$ 14,5 bilhões.
Ao distribuir os recursos, a medida aumenta a rentabilidade das contas do FGTS. O governo considera o retorno financeiro atual do FGTS muito baixo para os cotistas.
Nas contas do Ministério da Economia, um saldo de R$ 100 em janeiro de 2000 compraria apenas R$ 72,99 em mercadorias em dezembro de 2018, mesmo incluídos juros e atualização monetária pagos pelo FGTS.
A Caixa está se preparando para abrir agências aos fins de semana para atender a demanda dos clientes. O presidente do banco, Pedro Guimarães, já mencionou que os atendimentos podem incluir sábados e domingos.
Segundo o governo e a Caixa, cerca de 100 milhões de trabalhadores serão contemplados com a liberação dos saques.
Quem tem conta poupança vai receber os recursos da conta do FGTS de forma automática. Se o cliente não quiser o dinheiro, terá que solicitar à Caixa o retorno.
As retiradas do saque imediato, que irá liberar R$ 500 por conta ativa ou inativa, poderão ser feitas de setembro deste ano a março de 2020 obedecendo a um cronograma a ser divulgado.
A Caixa detalhará na próxima semana o calendário de atendimento, bem como outros detalhes ligados a critérios e forma de saque.
Fonte: Folha de São Paulo