‘O cenário ruim do mercado de trabalho em 2016 deve se deteriorar ainda mais no próximo ano. Entre especialistas há uma avaliação generalizada de que a taxa de desemprego em 2017 será mais alta do que se esperava há alguns meses; projeções apontam para uma desocupação média na casa de 13% no ano que vem acima dos cerca de 115% previstos para a média deste ano devido à expectativa de uma recuperação mais lenta da economia e ao comportamento recente do emprego; nos três meses encerrados em outubro a taxa ficou em 118% o equivalente a pouco mais de 12 milhões de pessoas
O cenário ruim do mercado de trabalho em 2016 deve se deteriorar ainda mais no próximo ano. Entre especialistas há uma avaliação generalizada de que a taxa de desemprego em 2017 será mais alta do que se esperava há alguns meses. As projeções apontam para uma desocupação média na casa de 13% no ano que vem acima dos cerca de 115% previstos para a média deste ano devido à expectativa de uma recuperação mais lenta da economia e ao comportamento recente do emprego. Nos três meses encerrados em outubro a taxa ficou em 118% o equivalente a pouco mais de 12 milhões de pessoas.
"A Tendências Consultoria Integrada por exemplo elevou a projeção para a taxa média de desemprego medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua de 2017 de 127% para 131%. A estimativa para a ocupação piorou significativamente segundo o economista Thiago Xavier. A consultoria que esperava estabilidade do emprego no ano que vem aposta agora em recuo de 11%. Um ponto importante é que a ocupação tem recuado com força. Nos três meses encerrados em outubro caiu 26% sobre igual período de 2015 queda expressiva. Para o acumulado deste ano Xavier acredita que a queda do emprego será de 21% – antes projetava uma baixa de 17%.
Um dos motivos para isso na visão da Tendências é que "a capacidade de absorção do mercado de trabalho informal antes responsável por alocar parte da população que perdia o emprego celetista tem sinalizado enfraquecimento". Em 2015 a queda do emprego com carteira assinada no setor privado sem considerar trabalhadores domésticos era compensada em grande medida pelo aumento das ocupações tradicionalmente ligadas à informalidade.
Esse movimento ajuda a explicar a estabilidade da ocupação no ano passado além de ter limitado a magnitude da queda da população ocupada até os três meses encerrados em julho deste ano. "Contudo a partir do trimestre finalizado em agosto a população ocupada por conta própria passa a contribuir negativamente."
A economista da MCM Consultores Sarah Bretones também atribui a aceleração da queda na ocupação nos últimos meses ao esgotamento do que chama de "efeito precarização". Sua projeção para a contração no volume de ocupados no próximo ano é ainda pior de 17% com taxa média de desemprego de 132%. Para este ano a estimativa de recuo é de 2%. "O fim do 'efeito precarização' nos surpreendeu. Esperávamos que isso acontecesse apenas em 2017" diz. Com o aprofundamento da recessão ela pondera mesmo as categorias informais de emprego estão deixando de ser opção vantajosa."
Fonte: 247′