‘Medida representa mais desemprego e menos capilaridade para atender justamente localidades que sempre estiveram marginalizadas. Fenae enviará ofício à diretoria do banco cobrando esclarecimentos sobre essa questão
A Caixa Econômica Federal se prepara para seguir o exemplo do Banco do Brasil e planeja medidas que são justificadas como aumento de eficiência para 2017 mas representam mais desemprego e menos estrutura da Caixa para atender justamente localidades que sempre estiveram marginalizadas.
Nas palavras do presidente da Caixa Gilberto Occhi a redução de custos necessária passa pela redução de postos de trabalho e fechamento de agências que não dão lucro aquelas consideradas deficitárias. A Fenae enviará à Caixa ofício cobrando esclarecimentos sobre a questão.
O banco público avalia fazer programa de aposentadoria incentivada ou de demissão voluntária que pode atingir cerca de 11 mil pessoas e pensa em fechar 100 agências cujos resultados financeiros não são atraentes. "A Caixa é um banco público cujo papel social é de extrema relevância principalmente para a camada da população que vive nas periferias onde o acesso aos serviços bancários é muito mais difícil" explica Jair Ferreira presidente da Fenae.
Os resultados a serem avaliados nas agências da Caixa vão muito além do volume de movimentações financeiras feitas nas unidades. é preciso mensurar o retorno social de cada agência afinal além dos serviços bancários os cidadãos buscam na Caixa o acesso a benefícios e direitos como FGTS PIS e Bolsa-Família além dos financiamentos habitacionais de baixa renda.
O exemplo das agências-barco
A Caixa é o único banco com agências-barco para atender os ribeirinhos no Amazonas e no Pará. São milhares de pessoas antes sem acesso a serviços bancários e benefícios sociais em seus municípios. A Caixa foi a primeira a oferecer esse serviço em 2010 e hoje dispõe de três unidades navegando pelas águas da Região Norte uma operação cujo custo certamente não é coberto pelo volume financeiro movimentado por seus clientes.
"Um banco privado já teve agência-barco mas fechou. Se a Caixa se pautar exclusivamente pelo critério do custo quem vai pagar a conta dessa redução de custos são os empregados e principalmente a população" conclui Fabiana Matheus diretora de Administração e Finanças da Fenae.
Fonte: Fenae’